O 8 de março de 2017 foi marcado por uma série de manifestações em diversas partes do país. Dos grande centros às pequenas cidades, as brasileiras se uniram pelo fim à violência de gênero e contra a retirada de direitos.
“Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável, Eu sou”, versou Adélia Prado no poema Com Licença Poética. Mulher é Capitu, é Maria da Vila Matilde, é Coisa Feita, Nome Sagrado. Quer beijos, tem desejos, Cio, é musa, é rainha, desagua de rir e de chorar em Milágrimas porque a Vida nos fez assim. Mas Si Mi Rélá vai ter. Traduzindo essa comoção em sons, o Portal Vermelho compartilha 10 canções para março, abril, maio, junho, julho…
Por Railídia Carvalho
Entre as histórias que marcaram esta semana da grande marcha mundial de mulheres está o caso assustador de Vilma Trujillo García, uma mulher de 25 anos que foi queimada viva na Nicarágua, acusada por fiéis de uma igreja evangélica de estar possuída pelo demônio.
O dia 8 de Março tradicionalmente é marcado por lutas em todo o mundo em defesa dos direitos das mulheres. Porém, neste ano, a mobilização foi ainda mais intensa. Diante do avanço de uma política neoliberal em diversos países, as mulheres saíram às ruas para deixar claro que não aceitarão retrocessos. Na América Latina não foi diferente, da Argentina ao México elas gritaram por liberdade e direitos iguais.
As manifestações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, levou milhares de mulheres de norte ao sul do País com o tema: Aposentadoria fica. Temer sai. Paramos pela vida das mulheres. As mulheres ocuparam fazendas, estradas, rodovias e as principais avenidas de todas as capitais, mas o principal alvo foi as agências do INSS e da Previdência Social nos municípios.
Milhares de mulheres em todo o mundo fizeram nesta quarta-feira, 8 de março, uma greve para mostrar a necessidade de políticas que combatam a violência de gênero e o machismo, além de pedir a equiparação de direitos. Em ao menos 40 países – como Coreia do Sul, Polônia, Brasil, Estados Unidos, Ucrânia, Paraguai e Argentina – houve paralisações e protestos.
As mobilizações do Dia Internacional da Mulher ganharam um reforço neste ano, com a grupo de intelectuais e ativistas feministas dos Estados Unidos publicando um chamado para uma greve geral mundial. O manifesto, assinado por personalidades como Angelas Davis, Cinzia Arruzza e Nancy Fraser, defendeu a paralisação das mulheres como forma de ampliar a visibilidade da luta feminista com ênfase na questão de classe.
“A lei equipara a mulher em direitos, mas a realidade ainda não a libertou: as operárias e camponesas continuam sujeitas ao trabalho doméstico como escravas da própria família”, este é um trecho do discurso da primeira mulher ministra do mundo, Alexandra Kollontai, em 1918. Quase cem anos depois, a luta por direitos iguais, valorização e divisão do trabalho doméstico ainda é a uma realidade para mulheres de todo o mundo.
"Uma mulher engenheira é questionada pela sua aparência e pelo seu gênero, e não por sua competência e capacidade técnica. Pensamento este fruto da sociedade machista que questiona, invisibiliza, objetifica e inferioriza a mulher e o seu trabalho", afirmou em artigo publicado nesta quarta-feira (8) Simone Baía, engenheira química e diretora da Federação Insterestadual de Sincatos de Engenheiros (Fisenge).
Os tempos não são normais. Nem no Brasil e nem no mundo. A resistência das Mães da Praça de Maio voltou à cena com a chegada de Macri à presidência argentina. Também no Brasil as lutas das mulheres se agigantam pós-golpe de Temer que depôs a presidenta eleita Dilma Rousseff. A música A Louca (Maurício Tapajós e Aldir Blanc) originalmente feita para o movimento argentino, cai como uma luva para o Brasil de hoje. Na voz da cantora paraense Railídia, uma homenagem do Portal Vermelho ao 8 de março.
Era perto do fim do expediente da tarde de sábado, 25 de março de 1911, quando uma nuvem de fumaça se espalhou pelo Asch Building, em Nova York. Ouviu-se o som de estilhaço de vidro seguido de um forte estampido. As trabalhadoras da Triangle Shirtwaist Company acreditaram que fossem fardos de tecido ou pedaços da fachada que se desprendiam do prédio em chamas. Logo perceberam o horror absoluto: o som vinha dos corpos de mulheres que se jogavam tentando escapar o incêndio.
Por Daniela Lima*
Do Sul do mundo ecoou um grito: “Ni Una Menos!”. Em poucas semanas, o movimento subiu pela América Latina, chegou à Europa e aos Estados Unidos. Com os punhos cerrados, as mulheres argentinas mostraram que não há fronteiras na luta para combater a violência de gênero e, de 2015 pra cá, fortaleceram e expandiram a articulação global. “Tecemos uma rede mundial de feminismo que neste 8 de Março vai abalar a terra”, diz uma das organizadoras do coletivo, Cecília Palmeiro.
Por Mariana Serafini