“O aborto não precisa ser traumático para a mulher. O que é traumático não é o procedimento, mas a ilegalidade”, disse Rebeca Mendes.
Mega-mobilização argentina repercute em diversos países e desafia leis repressoras. Despertar feminista pode sacudir predomínio conservador na região — onde Apenas Cuba, Uruguai e Guianas respeitam direito de decidir
Por Fabiana Frayssinet. Tradução: Inês Castilho
A criminalização do aborto atende, fundamentalmente, a duas necessidades: o controle do corpo e da reprodução das mulheres para fins de manutenção da propriedade privada; e a necessidade do capitalismo industrial de reprodução massiva da força de trabalho.
Por Mariana Venturini*
Com rejeição do Senado ao projeto de descriminalização do aborto, Argentina perde oportunidade histórica. No entanto, país cresce com luta das mulheres por seus direitos.
Por Verónica Marchiaro, da DW*
O projeto que prevê a interrupção voluntária da gravidez até a 14º semana de gestação, já aprovado na Câmara dos Deputados em junho, está agora sendo votado pelo Senado argentino. Apesar da expectativa quanto ao resultado não ser postiva, a grande mobilização pela legalização do aborto não tem volta, e o grito das ruas não será silenciado
Por Alessandra Monterastelli *
A Argentina viverá nessa quarta-feira (8) um dia histórico. O Senado deverá aprovar ou não o aborto legal
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, na noite desta segunda-feira (06), a segunda e última audiência pública sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. A primeira audiência ocorreu na última sexta-feira (03).
Enquanto o Senado argentino se prepara para votar a legalização da interrupção voluntária da gravidez até a 14ª semana, no Brasil, a audiência sobre descriminalização do aborto continua no Supremo Tribunal Federal (STF). Rosa Weber, ministra relatora da ação apresentada pelo PSOL e o Instituto Anis em março de 2017, convidou 53 expositores, incluindo integrantes de organizações e pessoas físicas.
Uma das mais importantes pesquisadoras sobre aborto na América Latina, a professora da UNB dá uma aula em audiência pública que debate a ADF 442 e argumenta que por que criminalizar não deve ser o caminho.
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta segunda-feira (6) as discussões sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Especialistas em diversas áreas foram convidados pelo STF para defender suas posições e apresentar argumentos que pautem a decisão final da Corte.
Ao participar do Festival pela Vida das Mulheres nesta sexta-feira (3), em Brasília-DF, Manuela d’Ávila, candidata do PCdoB à Presidência da República, afirmou que é preciso tratar com urgência o tema da descriminalização do aborto no Brasil, para evitar a morte de muitas mulheres, em sua maioria negras e pobres, em decorrência de práticas clandestinas.
Em um país marcado por abismos socioeconômicos, uma questão polêmica de saúde pública, como o aborto, acaba revelando privilégios. No Brasil, onde a interrupção da gravidez só é permitida em casos específicos, abortos seguros são prerrogativa de mulheres ricas que podem arcar com preços cobrados por médicos ou clínicas ilegais espalhadas pelo país.