Seis dias antes de a cúpula militar argentina dar o golpe de Estado que derrubou María Estela Martínez Cartas de Perón, o pianista brasileiro Tenório Jr., que acompanhava Vinícius de Moraes e Toquinho em uma turnê por Buenos Aires, saiu para comprar cigarros e remédios e não voltou mais. "Acredito que a Comissão da Verdade possa ser um caminho para esclarecer este caso. A dúvida que paira sobre o assunto não combina com um Estado Democrático", diz Toquinho, em entrevista.
A viúva e a filha do operário Manuel Fiel Filho agradeceram aos parlamentares da Comissão Parlamentar da Verdade, ligada à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a homenagem e lembrança do operário morto pela ditadura militar. Na audiência, realizada nesta terça-feira (17), foi exibido o filme "Perdão, Mister Fiel", seguido de debate sobre a história de Fiel Filho. As duas mulheres manifestaram esperança de que a Câmara consiga descobrir a verdade sobre o crime que ainda não foi elucidado.
Viabilizar a Comissão da Verdade é “reescrever a história, é pavimentar um caminho em que todos respeitem a lei, onde não haja nenhum segmento acima da lei, tendo a impunidade como garantia”. A opinião foi expressa pelo vereador Jamil Murad (PCdoB) durante sessão desta quarta-feira (11), em que foi aprovada a Comissão da Verdade no âmbito do município de São Paulo. A proposta da Mesa teve 43 votos favoráveis, dois contrários e duas abstenções.
Nesta segunda-feira (9), Liniane Haag Brum lançou o livro Antes do passado – O silêncio que vem do Araguaia, uma espécie de biografia póstuma, documental e romanceada do seu padrinho e tio, Cilon Cunha Brum, desaparecido na guerrilha do Araguaia. Em uma cena do livro, a sua avó chora, diz que é por causa da cebola e a neta conclui: “Depois desse dia soube que o medo, o silêncio e o tio eram como se fosse o mesmo.”
Por Christiane Marcondes, da redação do Vermelho
Se morreram, quem ordenou suas mortes? E onde estão seus corpos? Essas são as respostas que o país deve aos seus cidadãos. Esse foi o resultado do debate que a Comissão Parlamentar da Memória, Verdade e Justiça, vinculada à Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados, promoveu com as entidades da sociedade civil e instituições do poder público empenhadas na instalação da Comissão Nacional da Verdade, ato que depende de decisão do governo federal.
Aproximamo-nos da reta final da escolha e nomeação pela presidenta Dilma Rousseff, dos sete nomes que integrarão a nossa Comissão da Verdade. O processo anda e, paralelamente são aprovadas e instaladas várias comissões da verdade estaduais e municipais – as de São Paulo, capital e estado já se encaminham para funcionamento – enquanto a da Câmara dos Deputados já tomou, semana passada, os primeiros depoimentos de agricultores testemunhas da Guerrilha do Araguaia.
Por José Dirceu, em seu blog
A Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça vai se reunir com entidades da sociedade civil para discutir propostas de cooperação no resgate da verdade sobre as violações de direitos humanos feitas no período da ditadura militar no Brasil. A audiência pública será realizada nesta terça-feira (10), às 14h, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
A primeira reunião da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça gerou polêmica entre os deputados. Realizada a portas fechadas, para preservar a segurança dos depoentes, ameaçados de morte, a decisão foi mais pretexto para o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), defensor da ditadura militar, criar uma situação de conflito, acusando os parlamentares membros da comissão de possível adulteração dos depoimentos.
O deputado Luiz Couto (PT-PB) denunciou, em discurso no Plenário da Câmara, nesta terça-feira (3), que os convidados para depor na Comissão de Direitos Humanos sobre a Guerrilha do Araguaia estão sendo ameaçados. E que vai pedir ao Ministério da Justiça para que seja assegurada a integridade física aos depoentes.
A Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, criada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara na semana passada, já começou a trabalhar. Nesta terça-feira (3) realiza audiência pública para debater as realidades vivenciadas por pessoas envolvidas na Guerrilha do Araguaia e que foram atingidos por ações que violaram seus direitos humanos.
Autora do recém-publicado estudo "A política nos Quartéis – Revoltas e Protestos de Oficiais na Ditadura Militar Brasileira", que trata das divergências dentro do regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985, a historiadora francesa Maud Chirio, 31, defende que a Comissão da Verdade brasileira, criada para investigar violações de direitos humanos no país de 1946 a 1988, apure até o fim os acontecimentos, independentemente do que a sociedade decida fazer com os resultados dessa apuração.
Ao instalar, na tarde desta quarta-feira (28), o 12º Fórum Parlamentar Nacional de Direitos Humanos, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Domingos Dutra (PT-MA), avalia que a transição democrática no Brasil ficou incompleta. “É preciso investigar as mortes, desaparecimentos e torturas e o Parlamento tem obrigação com essa tarefa”.