O governo Michel Temer avança celeremente para o abismo social. Talvez tenha ficado impactado, em sua recente viagem à Índia, ao constatar que aquele espetacular país tem um bolsão monumental (dezenas, talvez centenas de milhões) de excluídos do mercado de trabalho.
Por Ricardo Antunes*
“É preciso tirar o Brasil do vermelho”, “é preciso um ajuste fiscal”, “as despesas cresceram demais”, “não tem orçamento que dê conta de tantas políticas públicas, de tantos direitos”, “o Estado está inchado”, “o salário mínimo e os salários em geral estão muito altos”, “onde já se viu esses petroleiros defendendo o próprio umbigo?”, “e estes sem-terra invadindo propriedade alheia?”, “o funcionalismo é muito corporativo”…
Por João Antonio Felicio*
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que tramita na Câmara e pretende criar um teto para o crescimento dos gastos públicos, terá efeitos nefastos sobre a política de assistência social no país. De acordo com nota técnica do instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caso seja aprovado, o Novo Regime Fiscal – que vigoraria por 20 anos – irá impor uma redução de mais 54% aos recursos da área, comprometendo os avanços no combate à pobreza e à desigualdade.
Desde as primeiras sistematizações mais acuradas sobre o funcionamento da economia, ainda no século XVIII, preconiza-se que os tributos devem ser proporcionais à renda dos indivíduos. Naquela mesma época, ministros de Estado que propunham tal configuração eram desalojados de seus postos por forças refratárias a essa perspectiva, como ocorreu com Anne Robert Jacques Turgot.
Por Róber Iturriet Avila e João Batista Santos Conceição*
Uma América Latina politicamente instável está prestes a jogar quase 30 milhões de pessoas na zona de pobreza. Essa é uma das conclusões apresentadas pelo boliviano George Gray Molina, economista-chefe do Pnud (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento), na região, no relatório intitulado “Progresso Multidimensional: bem-estar além do ingresso”.
Por Guilherme Henrique
Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação de Dilma e um dos principais filósofos do país, em vídeo, ressalta várias questões da atualidade, como a desigualdade social e a crise política. Para ele, a saída é refazer tudo. “O Brasil foi um país que sempre varreu para baixo do tapete as suas mazelas. Nós convivemos por mais de 400 anos com uma desigualdade social gritante, e que é tão forte que a gente tem que dizer: foi planejado para ser assim. Não é uma coisa que aconteceu por acaso.”
Você já reparou que quem menos tem dinheiro é quem mais paga impostos? No Brasil, o problema não está na quantidade de impostos, mas na forma como são distribuídos os tributos e sobre quem eles recaem. Para explicar melhor o que é justiça fiscal, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) elaborou o vídeo que o Vermelho publica abaixo.
A experiência internacional demonstra que as políticas sociais operam não somente frente a casos e situações sociais específicas, mas, ao contrário, são parte orgânica de uma trajetória de desenvolvimento que traz benefícios para toda a sociedade.
Por Luciana Jaccoud*, no Brasil Debate
As alíquotas máximas de IR no Brasil foram reduzidas até chegarem aos atuais 27,5%; uma das principais distorções do sistema tributário brasileiro é a isenção de imposto de renda dos lucros e dividendos, sendo que essa é a principal fonte de renda do 1% mais rico.
Por Róber Iturriet Avila*
Crescimento, nos EUA, do candidato que quer redistribuir riqueza terá repercussão global: ele mostra que é possível reagir à aristocracia financeira.
Por Thomas Piketty*
O condômino é, antes de tudo, um especialista no tempo. Quando se encontra com seus pares, desanda a falar do calor, da seca, da chuva, do ano que passou voando e da semana que parece não ter fim. À primeira vista, é um sujeito civilizado e cordato em sua batalha contra os segundos insuportáveis de uma viagem sem assunto no elevador. Mas tente levantar qualquer questão que não seja a temperatura e você entende o que moveu todas as guerras de todas as sociedades em todos os períodos históricos.
Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em políticas públicas, o economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor no Insper, Ricardo Paes de Barros, criticou, nesta terça (2), o discurso da meritocracia.