Comissão de Anistia, ligada ao Ministério da Justiça e que julga casos de perseguições políticas daquele período, decidiu acabar com o ritual do perdão. Decisão final é do ministro da Justiça.
O pré-candidato do PSL à Presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), comparou as autorizações sumárias dadas pelo presidente Ernesto Geisel para executar opositores do regime militar no Brasil a uma espécie de punição usada por pais contra seus filhos. "Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece", minimizou o parlamentar, na Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (11).
O engenheiro Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog e presidente do instituto que leva o nome do pai, assassinado durante a ditadura militar, protocolou nesta sexta-feira, 11, pedido ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, para ter acesso aos documentos mencionados pela CIA sobre o conhecimento e autorização do ex-presidente Ernesto Geisel para assassinatos de opositores políticos durante a Ditadura Militar no Brasil.
“Muitos jovens não sabem o que foi essa fase (ditadura militar), porque não a sofreram na pele. Só esta ignorância e a agressividade imperante nas redes sociais podem explicar certas simpatias juvenis atuais por soluções de força”
Por Pamela Mascarenhas e Rebeca Letieri, do Jornal do Brasil
O paraense Edson Luís de Lima Souto, secundarista de 17 anos, foi assassinado com um tiro no peito, à queima-roupa. Ele morreu no dia 28 de março de 1968, no restaurante central dos estudantes – apelidado de Calabouço, no Rio de Janeiro. O tiro partiu de policiais militares, que invadiram o local para dispersar uma manifestação dos estudantes. O cortejo fúnebre do estudante reuniu mais de 50 mil pessoas e foi a primeira manifestação durante a ditadura que não foi reprimida pela polícia.
O Viaduto 31 de Março, no bairro do Brás, passa a ter nome de Therezinha Zerbini, advogada que foi uma das principais ativistas pela anistia política no Brasil.
Ausências: um projeto do fotógrafo Gustavo Germano que mostra o antes e o depois na vida de amigos e familiares que sofreram o desaparecimento de seus entes queridos durante as ditaduras militares na Argentina e no Brasil
Identificar uma ossada e devolvê-la para a família já é um ato importante, mas politicamente também significa o caminho oposto ao atualmente vivido para o Brasil, avalia o ex-secretário nacional e municipal (em São Paulo) de Direitos Humanos Rogério Sottili.
Dimas Antonio Casemiro, morto em 1971, tem identificação confirmada após análise de ossadas encontradas em 1990. "Familiares poderão finalmente encerrar dignamente o seu processo de luto”, diz procuradora.
A Procuradoria de República em São Paulo, do Ministério Público Federal (MPF), denunciou os ex-legistas Abeylard de Queiroz Orsini e Antonio Valentini por terem falsificado laudos sobre os assassinatos de Alex de Paula Xavier Pereira e Gelson Reicher. As falsificações contribuíram para a ocultação dos cadáveres e para a impunidade dos autores das mortes das vítimas, que militavam na ALN (Ação Libertadora Nacional), movimento armado que lutava contra a ditadura militar.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) manifesta seu apoio à atuação do Ministério Público Estadual de São Paulo (MPSP), que instaurou Procedimento Preparatório de Inquérito Civil (PPIC) contra o bloco carnavalesco “Porões do DOPS”, e endossa a nota do Núicleo de Memória Política.
“Etchecolatz e Wolk sabem onde está meu neto, onde jogaram minha filha. Não falam e estão aí, tranquilos em suas casas.” A frase é de Carmen Ledda Barreiro, uma integrante das Avós da Praça de Maio que procura sua filha Silvia desde 22 de dezembro de 1976.