Segundo cálculos do doutor em economia Paulo Kliass, uma elevação na Selic como a da última reunião do Copom, de 5,25% a.a. para 6,25% a.a., um ponto percentual, significa uma despesa de R$ 54 bilhões a mais em um ano para o governo.
Folga do teto permitiria elevar gastos com programa social, reduziria a miséria, “mas empobreceria os ricos”.
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A pergunta-chave, fácil de ser feita e complexa para ser respondida, de maneira não leviana, é dirigida a economistas: por que não se emite moeda para pagar a renda básica universal?
O crescimento da dívida pública é tido como inevitável por boa parte dos economistas, para quem, após a pandemia, deve-se retomar o teto de gastos, reduzir salários etc. Defendemos, porém, que o fim da crise atual não passa pela agenda de cortes e reformas.
As políticas a serem adotadas implicam um custo da ordem de R$ 700 bilhões (10% do PIB) ao ano. Enfrentar a crise exige romper paradigmas, o que, junto com uma boa gestão, será determinante para amenizar os seus efeitos.
Recusar-se a ousar implica empobrecer (e até matar) desnecessariamente brasileiros.
O tremendo privilégio do “Sistema da Dívida” tem transformado o Estado brasileiro em um instrumento a serviço do poder financeiro transnacional, à custa do atraso de nosso próprio desenvolvimento socioeconômico
Governo, mais uma vez esconde e tenta maquiar os dados para dizer que está tudo bem.
Há exatos 75 anos, no dia 22 de julho de 1944, uma conferência monetária e financeira da ONU deliberou a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesse período, mudou o papel do órgão na América Latina, conforme explica o economista espanhol Santiago Niño Becerra em entrevista à Sputnik Mundo.
Em vez de insistir em mexer na Previdência, empresariado deveria lutar contra mecanismos de securitização da dívida pública que só beneficiam os bancos, diz a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fatorelli.
O novo governo acabou de sancionar o Orçamento Federal para 2019, no montante de R$ 3,262 trilhões. Dentre as despesas, sobressai o gasto financeiro com a chamada dívida pública, que consumirá quase 44% de todo o orçamento, ou seja, R$ 1,425 trilhão!
Por Maria Lucia Fattorelli e Rodrigo Ávila*