A elevação dos preços da indústria, que em última instância afetarão o consumidor, é mais um indício no sentido de uma alta generalizada do custo de vida, que tem atingido em especial as classes mais baixas.
Nesta quarta (28), ante nova disparada da moeda norte-americana, a instituição voltou a negociar as reservas, em um leilão de US$ 1,042 bilhão.
O Índice de Preços ao Produtor, divulgado pelo IBGE, aumentou 2,37% em setembro e acumula elevação de 13,46% no ano.
Entre os motivos para nervosismo do mercado está o temor em torno da segunda onda da pandemia do novo coronavírus. No entanto, os números refletem também questões domésticas.
O mercado reage à ameaça de fechamento da economia europeia e aguarda decisão sobre a taxa básica de juros nesta quarta-feira (28).
Segundo Paulo Feldmann, professor da FEA, há um novo fato no quadro econômico: exportadores brasileiros canalizam dólar para outros países com maiores taxas de remuneração
O que estamos assistindo não é uma escalada inflacionária. Embora algumas mercadorias estejam mais caras, a paralisia da economia, com alto desemprego e redução do consumo, não é suficiente para provocar um aumento da demanda.
Considerando a cesta básica mais cara do país, de Florianópolis, o Dieese estimou que o salário mínimo deveria ter sido equivalente a R$ 4.892,75.
O rial iraniano perdeu 50 por cento de seu valor em relação ao dólar norte-americano no mercado aberto, este ano, atingindo a maior baixa de todos os tempos de 300.000 para cada US$ 1 em 1º de outubro. Os iranianos recorrem às redes sociais para relatar os efeitos devastadores do aumento da inflação e das sanções econômicas dos EUA.
Dados do IBGE mostram que as altas de preços, que vão onerar o consumidor na ponta da cadeia, não se restringem aos alimentos.
A economista do Dieese, Patrícia Costa, avalia a inflação dos alimentos básicos e a falta de políticas de segurança alimentar do governo. Com fim da política de valorização do salário, flexibilização da contratação e redução do auxílio emergencial, o governo sinaliza para o arrocho na capacidade de consumo das famílias.
Segundo ministro da Economia do governo Bolsonaro, auxílio emergencial de R$ 600 causou “enxurrada de dinheiro”.