A Eletrobras foi a primeira grande estatal a ser vendida após quase quatro anos do governo Jair Bolsonaro. O aumento do rendimento dos acionistas serão retroativos a partir de abril de 2022.
Nomeado para o grupo de transição de Minas e Energia,, Ikaro Chaves diz que a reversão da privatização é possível constitucionalmente.
Nesta segunda-feira (13), o governo vai vender ações nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York afim de deixar o controle majoritário da empresa
“Cerca de 33 milhões de brasileiros estão passando fome. As pessoas são obrigadas a escolher entre comprar comida ou pagar a conta de luz, que não para de subir. E o que faz o governo? Privatiza a Eletrobras para aumentar ainda mais a conta de luz”, criticou
Para o representante dos trabalhadores da estatal, Íkaro Chaves, não basta cancelar a privatização, mas garantir excedentes de energia, em vez de lucros, para alavancar o desenvolvimento nacional e energia barata para o povo.
A economista Clarce Ferraz também critica a privatização da Eletrobras como a perda de um elemento chave para a estruturação da transição energética limpa, renovável e justa.
O presidente da Abradin, Aurélio Valporto, avalia que monopólios precisam ser geridos de forma a beneficiar toda a cadeia produtiva. Para ele, os preços da Petrobras podem beneficiar acionistas um primeiro momento, mas desarranjam toda a economia.
Para Roberto D’Araújo, regulação ruim do modelo energético adotado atrapalha o papel estratégico da estatal para o país.
Os sindicatos de eletricitários de diversos estados ingressaram com ações na Justiça Federal a fim de garantir uma liminar que impeça a venda da empresa
Especialistas defendem em seminário que a perda gradual de controle estatal sobre estas empresas estratégicas impede a geração de excedentes para investir na sociedade, restringindo sua produção a geração de lucro para acionistas.
Para o geólogo Guilherme Estrella, discutir a Petrobras é discutir o Brasil como ocupação colonial estrangeira, desde que a Petrobras foi esquartejada em 2016 e vendida ao capital internacional na forma da BR Distribuidora, os gasodutos e refinarias.
A engenheira Magda Chambriard considera inadmissível a estatal vir a público ameaçar desabastecimento, como já fez, e também exigir que o acionista majoritário tenha que pedir autorização para o minoritário para fazer o que precisa ser feito. “Esse estatuto precisa ser revisto”.