A chanceler da Alemanha Angela Merkel não admite de maneira nenhuma que a Grécia saia da zona do euro. Aliás, toda a direção da União Europeia – desde os ministros das Finanças dos vários países até ao presidente da Comissão Europeia, passando pelos dirigentes do Fundo Monetário Internacional – estão contra a deriva grega
A Comissão Europeia e o BCE (Banco Central Europeu) começam a se preparar para a cada vez mais provável possibilidade de saída da Grécia da Zona do Euro. A afirmação foi feita pelo comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht, em uma entrevista ao jornal belga De Standaard.
Nos últimos dias, os gregos retiraram dos bancos cerca de 800 milhões de euros devido à crise política e aos receios quanto à possível saída do país da zona do euro.
A Grécia realizará eleições antecipadas no próximo dia 17 de junho, data até a qual o atual presidente do Conselho de Estado, Panayotis Pikrammenos, será o primeiro-ministro interino, segundo anunciou a agência Amna.
A Grécia vai realizar novas eleições, depois que líderes políticos não conseguiram entrar em acordo para formar um governo de coalizão nesta terça-feira, prolongando a crise política que deixou o país mais perto da falência e da exclusão da zona do euro.
O presidente da Grécia, Carolos Papoulias, tenta convencer todos os partidos gregos a instaurar um “governo de unidade, em meio a um impasse político devido aos compromissos de austeridade assumidos com a União Europeia (UE).
O líder da esquerda rejeitou formar uma coalizão com os responsáveis pela catástrofe grega e os partidos já se preparam para novas eleições, que devem ser marcadas para junho
O líder do Movimento Socialista Pan Helênico (Pasok), Evangelos Venizelos, renunciou nesta sexta-feira ao encargo de formar um novo governo para a Grécia, após fracassar em suas tratativas com outras formações políticas, o que deixa o país diante de uma nova eleição parlamentar, a ser convocada em breve.
A taxa de desemprego na Grécia subiu para o novo recorde de 21,7% em fevereiro, em relação ao dado revisado de 21,3% em março, informou a Elstat, a agência de estatísticas do país.
A Grécia ocupa o centro do noticiário internacional pela profundidade, amplitude e duração da crise política, econômica e social. A União Europeia, com a Alemanha à frente, impõe um indigesto cardápio econômico que liquida com a soberania dos gregos, aprofunda o país na recessão e aumenta a penúria do povo.
O líder do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, anunciou nesta quarta-feira (9) em Atenas que desistiu de constituir um governo de coalizão, já que não conseguiu formar uma maioria "para um governo de esquerdas" oposto à austeridade.
A vitória de François Hollande e sua oposição ao pacto fiscal será a primeira derrota das políticas que a chanceler alemã Angela Merkel e os tecnocratas da União Europeia impuseram a milhões de pessoas na Europa. Mas o resultado das eleições gregas pode ter uma importância simbólica maior ainda. As placas tectônicas da sociedade e da política grega estão se movendo e, pela vez, aparece na Europa a chance real de um governo de esquerda radical.
Por Costas Douzinas