Até muito recentemente a grande tarefa que cabia às forças progressistas, especialmente aos comunistas, era salvar a Guerrilha do Araguaia do esquecimento a que lhe pretendiam impor a ditadura militar e os setores mais conservadores da sociedade. Nestes últimos anos, no entanto, a Guerrilha foi tema de vários livros, teses e matérias especiais nos grandes jornais brasileiros.
Por Augusto C. Buonicore*
Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, é a figura mais emblemática da Guerrilha do Araguaia. Mineiro de Passa Quatro, foi um dos primeiros da família de ex-escravos a abandonar a cidade interiorana para estudar no Rio de Janeiro. Negro, forte, com mais de dois metros de altura, era uma figura inconfundível.
A crise política brasileira, causada pela renúncia do então presidente Jânio Quadros, em 1961, gerou uma instabilidade institucional e reações nas Forças Armadas que culminou, em 1964, com a deposição do vice que o sucedeu, João Goulart.
Por Romualdo Pessoa*
Confira vídeo produzido pelo Centro de Documentação e Memória da Fundação Maurício Grabois em homenagem aos homes e mulheres que tombaram durante a Gerrilha no Araguaia.
A União da Juventude Socialista (UJS) promove, em abril, a Caravana “As lutas populares que construíram o Brasil”. A atividade será dividida em duas etapas e terá como tema duas importantes lutas do século XX: “Coluna Prestes” e “Guerrilha do Araguaia”.
A Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR1) entrou na última terça-feira (15) com um recurso contra a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF1) que trancou o processo penal contra Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como Major Curió, coronel da reserva do Exército acusado de sequestrar e manter em cárcere privado cinco militantes, até hoje desaparecidos, durante a repressão à Guerrilha do Araguaia, na década de 1970.
A criação de uma força-tarefa pelo Ministério Público Federal (MPF) para investigar a Guerrilha do Araguaia (década de 70) foi recebida com otimismo por parentes dos cerca de 69 desaparecidos no movimento do PCdoB. A iniciativa tem sido encarada como mais uma pressão para que sejam esclarecidas as mortes, mas, no entanto, há uma descrença nos resultados do trabalho do grupo de procuradores.
As investigações sobre a Guerrilha do Araguaia serão acompanhadas por uma força-tarefa, criada pelo Ministério Público Federal (MPF), que dará início aos trabalhos a partir desta terça-feira (7), com prazo inicial de seis meses, passível de prorrogação.
A Subcomissão Permanente de Memória, Verdade e Justiça do Senado deve enviar à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) um pedido de informações sobre a localização de ossadas que podem pertencer a desaparecidos políticos. A decisão foi tomada nesta terça-feira (17) pelo senador João Capiberibe (PSB-PA), que preside a subcomissão, vinculada à Comissão de Direitos Humanos (CDH).
Em vídeo, o professor e pesquisador Romualdo Pessoa Campos Filho fala da Guerrilha do Araguaia e da atual luta travada no Sul do Pará: a luta pela terra.
Após 41 anos, a Guerrilha do Araguaia permanece um episódio inconcluso. Os documentos oficiais referentes a esse destacado movimento de resistência armada à ditadura militar e de luta pela conquista da democracia permanecem sob sigilo. Os restos mortais de guerrilheiros continuam desaparecidos, pois a repressão cometeu o crime de ocultá-los.
O professor Romualdo Pessoa Campos Filho é um dedicado pesquisador da Guerrilha do Araguaia. Esse baiano de Alagoinhas, de 56 anos de idade, se emprenhou na região e saiu de lá com um farto material para a sua pesquisa que resultou na dissertação de mestrado publicada na obra “Guerrilha do Araguaia – a esquerda em armas”, já em sua segunda edição pela editora Anita Garibaldi.
Por Osvaldo Bertolino*, no Portal Mauricio Grabois