Entidades pacifistas e de solidariedade ao povo palestino planejam realizar nesta sexta-feira (4), em São Paulo, um ato de repúdio ao ataque israelense cometido na segunda-feira (31) contra uma frota de navios de ONGs pacifistas que pretendiam entregar ajuda humanitária aos palestinos da Faixa de Gaza. O ato está marcado para as 15h no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.
Israel perdeu? As guerras de Gaza em 2008-09 (com 1,3 mil mortos) e do Líbano, em 2006 (com 1.006 mortos); todas as outras guerras; e, agora, a matança da madrugada de segunda-feira significam que o mundo decidiu rejeitar os atos de Telavive? Não se deve esperar tanto. Mas algo novo certamente aconteceu.
Por Robert Fisk, do The Independent
O bloqueio da Faixa de Gaza imposto por Israel deve ser suspenso "imediatamente", disse nesta quarta-feira (2) o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. Apesar de dever sua existência a uma resolução da ONU, Israel, com apoio formal dos Estados Unidos, deve continuar ignorando os apelos das Nações Unidas como tem feito sistematicamente nos últimos 40 anos.
A ativista e cineasta brasileira Iara Lee, detida por tropas israelenses na ação militar contra embarcações que levavam ajuda humanitária à Gaza na segunda-feira passada, disse que passageiros do barco em que viajava "'viram soldados atirando corpos no mar". Israel sustenta que 9 pessoas morreram no ataque, mas Iara discorda. "Nossa contabilidade é de que 19 pessoas morreram. Ainda há gente desaparecida, não sabemos o que aconteceu com eles. E ainda há feridos muito graves, praticamente morrendo, que não conseguimos retirar do hospital em Tel Aviv."
O deputado Raul Carrion (PCdoB) usou a tribuna do plenário na Assembleia Legislativa para repudiar o ataque das forças armadas israelenses à frota de ajuda humanitária que dirigia-se à Faixa de Gaza, na tarde desta segunda-feira (1º).
Após o ataque de Israel à frota que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, ordenou, nesta terça (01), a abertura da passagem de Rafah, única entrada da Faixa de Gaza que não é controlada por Israel. O objetivo é permitir a entrada de ajuda humanitária e a saída de doentes do território palestino.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu nesta segunda-feira (31) em caráter de emergência para discutir o ataque de Israel a embarcações que tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Durante seu discurso, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, classificou a ação das Forças de Defesa Israelenses como inadequadas e cobrou que Israel seja responsabilizado pelo ataque.
Abaixo o Vermelho reproduz na íntegra o discurso proferido pelo ministro turco.
A brasileira Iara Lee é uma das 500 pessoas que foram presas por Israel após o ataque, em águas internacionais, à navios turcos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Na cidade de Bersheva, no sul do país, Iara se mantém firme à causa Palestina e se nega a dar informações nos interrogatórios. O Itamaraty chamou o embaixador de Israel para manifestar indignação com a ação. O ataque violento não intimidou Iara. Ela afirma que continuará lutando por ajuda humanitária à Palestina.
A atitude do governo de Israel de bombardear seis navios de uma frota humanitária que levava ajuda para a Faixa de Gaza foi duramente criticada por deputados na sessão desta terça-feira (1o). A bancada do PCdoB na Casa, que fez coro à fala dos demais parlamentares, divulgou nota em que expressa “sua indignação e repúdio contra mais um ato criminoso do Estado de Israel contra a Palestina.” O bombardeio foi realizado em águas internacionais e matou 10 pessoas.
“Só um governo que já tenha perdido toda a capacidade de se autoconter e toda a conexão com a realidade comete tal crime. Atirar contra ativistas pacifistas, agentes de obra de auxílio humanitário, de várias nacionalidades, tomá-los como inimigos e enviar força militar massiva, em águas internacionais, atirar para matar e matar, é inconcebível!”
Por Uri Avnery, para o Gush Shalom (Bloco da Paz)
Ao presidir nesta segunda-feira (31/05), a sessão do Senado Federal, o senador Inácio Arruda registrou sua indignação ao ataque praticado por fuzileiros navais israelenses, a um grupo de seis navios liderados por uma embarcação turca, que levava ajuda humanitária a Faixa de Gaza, matando nove ativistas e ferindo 30.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, convocou uma reunião de emergência do conselho da organização para esta terça-feira (1º). O objetivo é analisar "o terrível crime cometido pelas tropas israelenses".