"Depois das lágrimas, os nossos olhos estavam mais límpidos e tudo ganhou uma insuportável transparência, nos adveio uma dolorosa lucidez. Sim, este é o País em que vivemos, em seu feitio mais brutal, violento, racista e autoritário. Sim, muitos colaboraram com a ascensão do fascismo, mas não todos. Como pode parte do povo brasileiro marchar de forma tão cega para o matadouro, arrastando consigo a outra parte? Como pode, de forma tão servil, renegar a liberdade?”
Rosemberg Cariry*
"Prender, coibir ou mandar ativistas para fora do país significa a volta da ditadura no Brasil. É uma afronta à liberdade das pessoas e a seu direito de se organizarem por mais conquistas. Sem ativistas dispostos a levantar a voz contra injustiças, a sociedade retrocede. Sem dirigentes, sem sindicatos, sem as associações, quem vai representar e lutar pelos direitos dos trabalhadores? O atual momento é, acima de tudo, de união e de coragem. Estaremos juntos!”
Por Carlos Eduardo Bezerra*
“O jogo é jogado segundo antigas regras invisíveis, em que a "meritocracia" perde desde a largada, para quem pega três ônibus partindo do último subúrbio aflito pra fazer a mesma prova”.
Por Dalwton Moura*
"Até a campanha eleitoral, nós, as classes médias, considerávamos-nos cidadãs, liberais e democráticas. O vendaval Bolsonaro desvendou nossas almas e expôs à luz do dia todo o nosso atraso ético e social, velho de cinco séculos, que cuidadosamente tentávamos recalcar no fundo de nossas entranhas. Em vão”.
André Haguette*
"Invasões às universidades representam uma violência material e simbólica inaceitável. Todo e qualquer patrulhamento ideológico a professores e estudantes, independentemente de suas posições políticas, deve ser rechaçado. A democracia é valor universal que não pode ser suplantado pelo império do arbítrio”.
Por Sofia Lerche Vieira*
"A aceitação do cargo político por Moro leva seu passado ao escrutínio e sugere a necessidade de rever com cuidado a hipótese de suspeição exaustivamente alegada pela defesa dos réus da Lava Jato, sobretudo Lula, e sistematicamente recusada pelo sistema judiciário. Com especial sensibilidade para o timing político das próprias decisões, Moro agiu com seletividade e foi determinante para sucessivas derrotas impostas ao PT”.
Por Juliana Diniz*
"À suspeita de que uma fração de suas decisões como juiz tinha motivação política, Moro oferece agora elementos concretos, fazendo da teoria um fato”.
Por Henrique Araújo*
"Não é tão cedo para prever a Presidência nas mãos de Bolsonaro. Um dos primeiros alvos será o dirigismo constitucional e o Estado Social que se inscreveu na Constituição de 1988. Neste cenário, a soberania econômica do País corre sério risco”.
Por Martonio Mont'Alverne Barreto Lima*
"De uma coisa Bolsonaro precisa ter noção caso seja eleito presidente: terá oposição, como acontece em todas as repúblicas sérias mundo afora. E uma oposição forte, em virtude das ideias polêmicas que defende. Logo, precisará exercitar a tolerância e o diálogo caso não queira mergulhar o Brasil em um caos pior do que o atual”.
Por Ítalo Coriolano*
"Quero falar de você, de mim, que não aceita o medo como guia. Que até anda assustado, que tem dias tristes, que sente uma moleza no corpo ao ver alguém que ama ser porta-voz do horror. Precisamos seguir fortes, atentos e ter saúde para proclamar um mundo onde os dias sejam jardim e jamais deserto. Seja qual for o resultado, ninguém poderá dizer que perdemos, pois seguimos vivos, em movimento e cheios de poesia”.
Por Iana Soares*
“Tendo o fascismo, não como um sistema fixo, mas um sistema que se adapta ao ambiente nacional, no caso brasileiro, ele se vestiu de liberal e conservador. Pegou bandeiras que são polêmicas na sociedade brasileira e criou uma cisão”.
Por Esdras Gomes*