A Petrobras informou que a produção de petróleo operada pela companhia no pré-sal brasileiro alcançou, no último dia 8 de maio, um novo recorde, ao superar o patamar de 1 milhão de barris por dia. A notícia chega no momento em que o governo provisório de Michel Temer deixa claro que pretende abrir a exploração desses campos para empresas estrangeiras, flexibilizando a lei que estabelece a estatal brasileira como operadora única dos campos de pré-sal, com uma participação de pelo menos 30%.
Diante dos ataques contra a Petrobrás, o Pré-Sal e os direitos e conquistas da classe trabalhadora, que estão sendo desmontados pelos golpistas, a FUP e seus sindicatos indicam paralisação de 24 horas no dia 10 de junho. Esta data marcará a primeira grande mobilização nacional que as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão contra o governo ilegítimo de Michel Temer.
O presidente interino, Michel Temer, anunciou nesta terça-feira (24) medidas econômicas antipopulares e neoliberais, que incluem limitar os gastos públicos – inclusive com Saúde e Educação – e acabar com o Fundo Soberano, espécie de poupança criada em 2008 para ser usada em períodos de crise. O governo também irá priorizar o projeto que acaba com a exigência de a Petrobras ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração do pré-sal.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, confirmou o que já era esperado, dada a natureza do golpe em curso: o governo Michel Temer apoiará o projeto aprovado no Senado que flexibiliza a exigência de ter a Petrobras como operadora única e obrigatória do pré-sal. Em entrevista ao Valor Econômico, ele afirma que a atividade deve ser partilhada com a iniciativa privada.
Amigos de fora e daqui do Brasil têm me enviado suas indignações em relação ao golpe do impeachment sem crime algum por parte da presidenta Dilma Rousseff. O descaramento é tão grande que faz muita gente imaginar a possibilidade de um golpe dentro do golpe. A evidência da participação dos interesses do capital petrolífero internacional é clara para todos os observadores, e muitos deixam nas entrelinhas minhas próprias preocupações.
Por Raul Longo*, no Pravda
A Comissão Especial da Câmara que discute a mudança no modelo de exploração do pré-sal reuniu, nesta terça-feira (26), ex-dirigentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para discutir o assunto. O deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), que solicitou a audiência, manifestou preocupação de que a questão conjuntural de problemas financeiros da Petrobras sirva para alterar o regime de partilha.
O coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros, Emanuel Cancella, disse nesta quinta (31), durante ato em defesa da democracia no Rio de Janeiro, que um eventual impeachment da presidenta Dilma Rousseff e sua substituição pelo vice-presidente Michel Temer pode levar à privatização da Petrobras e à entrega do pré-sal para empresas privadas.
Instituído por Getúlio Vargas, o monopólio estatal do petróleo foi extinto nos anos 1990, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) implantou o regime de concessões, no qual as multinacionais passaram a explorar o petróleo brasileiro. Foi com muito investimento em pesquisas e prospecção geológica que, em 2007, a Petrobras descobriu uma das maiores reservas de petróleo de boa qualidade do planeta, o pré-sal.
Por Afonso Florence *
Para fazer frente às ameaças dos tucanos contra a Petrobras e a entrega das riquezas do pré-sal às multinacionais estrangeiras, o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) apresentou projeto de lei que condiciona a exportação do petróleo oriundo do pré-sal ao atendimento do mercado interno por derivados básicos refinados no Brasil.
O vice-líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS), denunciou nesta sexta-feira (11) a existência de uma articulação golpista entre o PSDB/DEM, mídia conservadora e segmentos do Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário com o objetivo de tentar derrubar a presidenta Dilma Rousseff e favorecer a implementação de uma agenda contrária aos interesses nacionais e do povo brasileiro.
Ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella defende que a presidenta Dilma Rousseff deve vetar o projeto que altera as regras de participação da petroleira na área do pré-sal. Em entrevista a O Estado de S.Paulo, o geólogo avalia que remover a obrigatoriedade da estatal como operadora dos futuros campos de exploração seria "o fim da picada".
A Petrobras anunciou, nesta quarta (2), o início das atividades do Sistema de Produção Antecipada de Sépia, antiga área Nordeste de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. A operação foi realizada com o navio plataforma Fpso Cidade de São Vicente, cuja produção será de cerca de 20 mil barris de óleo por dia durante o período do teste.