O que leva o arco de forças que reúne Sergio Cabral, Eduardo Paes, seus secretários de Educação, respectivamente, Wilson Risolia e Claudia Costin, a acionar o uso ilegal do aparato policial para reprimir bestialmente trabalhadores da educação, em generosa luta em prol de uma carreira que valorize a dedicação ao fazer educacional, a qualificação e a progressão funcional ao longo da vida, possibilitando que o trabalho na escola pública seja um estimulante projeto de vida?
Por Roberto Leher*
Lista de aprovados está disponível no portal da instituição
Um grupo de professores municipais ocupa, desde a manhã dessa terça-feira (8), o plenário da Câmara de Vereadores de Goiânia. Em greve desde o último dia 24, os manifestantes ocuparam o local após os parlamentares rejeitarem uma emenda a um projeto de lei proposto pela prefeitura, que cria e estabelece regras para a concessão do auxílio-locomoção, substituindo a atual Gratificação de Difícil Acesso, que, segundo a prefeitura, foi questionada pelo Ministério Público.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) fez um discurso indignado sobre a violência contra os professores. Da tribuna, a deputada propôs uma campanha em favor da educação e contra a violência, que tem como primeira vítima a própria sociedade. Ele destacou que os educadores são vítimas do Estado, ao negar-lhes condições dignas de trabalho, e dos próprios alunos, citando o caso de quatro alunos de uma escola no Vale do Rio Doce, que tentaram envenenar a vice-diretora com o uso de chumbinho em alimento.
Em entrevista à Rádio Vermelho, Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), falou sobre as recentes manifestações de categorias importantes que estão em greve. "Não vai ser na base da porrada e da repressão aos movimentos sociais que vamos encontrar o caminho necessário para fazer com que o Brasil se fortaleça e se consolide como nação emergente e com capacidade de influenciar no curso da mudança política em todo o mundo", enfatizou.
Mais de 5 milhões de professores precisam de ser contratados a nível mundial até 2030, segundo estudo apresentado pela Unesco no Dia Mundial dos Professores (5 de outubro). A meta ajudaria também os países a atingir um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015, o objetivo número dois que visa a atingir o ensino básico universal.
A dois dias da abertura da Feira do Livro de Frankfurt, que começa nesta quarta-feira (9), escritores da delegação brasileira dão sinais do tom político que pretendem imprimir aos debates no maior evento editorial do mundo. O texto, assinado até agora por 24 escritores, apoia a greve de professores no Rio, "como parte da luta pela melhoria da qualidade do ensino público no Brasil", e repudiam a violência policial, pedindo "um amplo debate sobre a atuação da polícia no país".
O deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE) se reuniu na manhã da última sexta-feira (04/10), com o secretário de Segurança, Servilho Paiva, e com professores do Campus do IFCE Umirim, na sede da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.
No final da manhã de quarta-feira (2), representantes de entidades da educação se reuniram na sede da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação) para uma coletiva de imprensa sobre o leilão do campo de petróleo de Libra, localizado na Bacia de Campos, plataforma continental que se estende entre Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) estima que até 2030 serão necessários 8,4 milhões de professores para assegurar as necessidades educacionais de todas as crianças do ensino primário e secundário.
Os professores da rede estadual de educação decidiram manter a greve que dura dois meses após a assembleia desta quarta-feira (2) no Club Municipal, na Tijuca, zona norte do Rio. O ato dos profissionais da educação na terça (1º/10) na Cinelândia foi a questão mais frisada pelos professores e pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Para eles, a atuação da polícia foi um ato truculento e sem necessidade.
Tumulto, saques, depredação, medo. Como sempre a grande mídia escolhe a dedo as palavras para descrever protestos de rua. Não é de hoje que existe a tentativa de criminalizar os movimentos sociais mas, desta vez, estão tratando educadores como criminosos. No sábado, a cobertura sobre a desocupação da Câmara havia clara manipulação. E o mesmo se repete nesta quarta, um dia depois de um grande protesto no Rio, em solidariedade aos professores.