A esquerda bem informada
A esquerda bem informada

Jandira Feghali

Médica, vice-presidente nacional do PCdoB, exerce o 7º mandato de deputada federal (PCdoB-RJ) é atualmente a líder da bancada comunista. Foi secretária de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói-RJ e secretária municipal de Cultura do Rio. Relatora da Lei Maria da Penha, foi vice-líder da Minoria na Câmara dos Deputados.
Show de horrores 

Parte dos protestos de domingo (15) nos chocaram. A interminável lista de desaparecidos e mortos no combate à Ditadura logo me veio a mente ao assisti-los. De Abelardo Rausch Alcântara à Zuleika Angel Jones, milhares de brasileiros, a maioria comunistas, deram suas vidas pela liberdade. Até hoje mais de 400 nomes são lembrados pela perseguição do Regime. 

Os alvos

Nosso país encara consternado o longo e duro noticiário sobre a lista de investigados na Operação Lava-Jato. Mais de 30 horas de notícias inundaram televisões e jornais. Esquemas de enriquecimento ilícito e doações formais de campanha se misturam no enredo amplamente difundido, de tal forma que a sociedade não mais os diferencia. A confusão atende a imagem há tempos construída de que todos políticos são corruptos. Tiro certeiro número 1: a boa política como instrumento de transformação.

Rigor para feminicídio

A violência contra a mulher ainda está longe de desaparecer, apesar da gradual escalada de conquistas no campo dos direitos femininos. Nesta semana, ao mesmo tempo em que comemoramos o envio à sanção da lei que torna o feminicídio reconhecido com rigor pelo Código Penal, lamentamos que uma estudante de 16 anos tenha sido molestada em plena linha de ônibus 309 (Gávea-Central) da capital carioca. Quantas mulheres não passam por isso no dia a dia de nossas cidades?

Soberania da América

A temperatura dispara na América Latina ao compasso do noticiário de seus oligopólios. As manchetes de grandes empresas assumem o papel de agitador social, divulgando o caos, a desordem e palavras de ordem contra o que considera “regimes autoritários”. Da Venezuela à Argentina, passando pelo Brasil, na Bolívia e no Uruguai. A célebre frase de Shakespeare ilustra bem a manipulação dos fatos: há algo de podre.

Um poema à beira-mar

O encalorado capitão-mor Estácio de Sá vislumbrou entusiasmado uma várzea recheada de árvores ao se aproximar daquela enorme baía. Com sua longa barba, aprumou-se na proa da nau e sonhou ali, entre o maciço do Pão de Açúcar e o morro Cara de Cão, com cidade que ali surgiria: São Sebastião do Rio de Janeiro.

A fatura do desenvolvimento

Pegue as capas das revistas nacionais e as manchetes dos jornais dos últimos dias. Nenhum estrondo, muito menos uma fagulha dita sobre os 20 bilhões de reais sonegados em paraísos fiscais na Suíça por contas bancárias de brasileiros no HSBC. Em mais de 8 mil contas reveladas da enorme lista de Hervé Falciani, nenhum pio da Grande Mídia sobre um dos maiores crimes de evasão de divisas da atualidade.

Mostra sua cara

A política emerge da sociedade numa parceria que visa a transformação econômica e social, numa dança entre representantes e representados. Quando as condições dadas para a escolha de governantes e parlamentares caminham para beneficiar e eleger, majoritariamente, os que detêm mais recursos para suas campanhas, promove-se uma distorção de todo o sistema representativo.

Sem reprise

Nosso país já viveu a traumática experiência de uma ruptura institucional, em que o controle do Estado mudou rapidamente de mãos, usurpando um governo constitucionalmente eleito. Foi agosto de 1961 que Jânio assinou sua carta de renúncia, com apenas sete meses de governo: “Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração”, dizia à época.

A boa política

Os recentes acontecimentos na Câmara dos Deputados nos fazem revisitar o memorável Barão de Itararé ao descrever a cena política brasileira da década de 20. Dizia ele: "Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades". Tão atual, impossível.

Não se amplia a voz dos idiotas

“Não se amplia a voz dos idiotas”. Mesmo tendo como referência esta citação de Millôr Fernandes, é impossível, diante da reincidência e pelo espaço que ocupa, evitar o mesmo com Bolsonaro. Suas ofensas inaceitáveis, ditas ao bel prazer para deleite de uma meia dúzia sanguinária, põem à mostra os monstros internos do parlamentar viúvo da Ditadura.

Os cães ladram

A vitória da presidenta Dilma Rousseff ainda soa como música fúnebre aos ouvidos da direita. Ao conquistar um pleito pela quarta vez com maioria popular no Brasil, o projeto à Esquerda sepulta mais uma vez a opção neoliberal. Sempre festejada pelas forças conservadoras e reacionárias, desta vez a direita esperneia onde e quando pode. Para evitar o inevitável ostracismo dos derrotados, há quem aposte no palanque diário, como o tucano Aécio Neves, ou no ódio, como todos os seus seguidores.

Nós e o Uruguai

A vitória presidencial de Tabaré Vasquez no Uruguai consolida o crescimento da oportuna e histórica coalizão de forças de esquerda no país vizinho. O oncologista de 74 anos, o primeiro a quebrar a hegemonia centenária da centro-direita em 2005, com a Frente Ampla, volta ao poder da nação, que se transforma gradualmente em vitrine progressista para todos nós, brasileiros, e mundo.

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