Os jovens que participam do movimento sindical- e mesmo alguns veteranos- precisam ficar sabendo de como foi dura a luta durante a ditadura, cheia de armadilhas e desafios.
Às vésperas do badalado encontro mundial das finanças que se realiza em Davos- mas deveria ser em um lugar chamado Tômovos- a Oxfam anunciou, ao mesmo tempo em que foi apresentado o relatório anual da OIT, que 85 ricaços do mundo abocanham a renda equivalente a 3,5 bilhões de pessoas, metade da população do planeta. São detentores de 1,7 trilhão de dólares.
As centrais sindicais, que têm dado um firme apoio aos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, preparam-se, junto com ela, para registrar a conta dos 50 anos do golpe militar de 1° de abril de 1964.
Quando se compreende o movimento sindical como parte do movimento mais amplo e geral dos trabalhadores que se desdobra, por exemplo, nas esferas política, social, cultural, esportiva e religiosa, ampliando a exclusiva preocupação com o econômico – característica do sindicalismo – é que vale a pena analisar os diferentes discursos que são enunciados na vida diária dos trabalhadores.
Com todos os acontecimentos retumbantes que se sucederam ao longo dos meses o ano de 2013 guarda, para os olhos do movimento sindical, um mistério.
Uma das armadilhas em que o movimento sindical deve evitar cair em 2014- ano eleitoral- é a da divisão.
Pode-se dizer que o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar tem dois documentos fundantes originais: a ata de sua criação em 19 de dezembro de 1983 e o documento unitário das centrais sindicais e das confederações “dando apoio” ao trabalho do DIAP durante a Constituinte, de 5 de fevereiro de 1987.
Sempre gosto de ler o meu amigo Werneck Vianna e aprendo com ele.
Todo mundo sabe que ao se construir uma casa deve-se escolher terreno seguro e garantir alicerces sólidos. É a lição do bambu que está fincado do lado grosso.
Agora que as centrais sindicais tomaram gosto pela estratégia de unidade na ação e colhem os frutos de suas vitórias é preciso rememorar o caminho percorrido.
Quando se analisa a realidade e se posiciona sobre ela duas posturas básicas são recorrentes: ou se analisa com maior ou menor precisão e se formula, a partir dos interesses, a linha de ação ou se despreza a realidade e se mascara a análise produzindo discursos meramente ideológicos que se transformam em caricaturas.