A esquerda bem informada
A esquerda bem informada

João Quartim de Moraes

Professor universitário, pesquisador do marxismo e analista político.
Matando Cancellier de novo

Uma das desonestidades intelectuais a que mais recorrem os trustes do jornalismo consiste em desviar o foco de um debate para um ponto que não está em discussão, de modo a ocultar aquilo que os incomoda. Recentemente, em 22 de dezembro do ano passado, a Folha de São Paulo proclamou em grande título: “Relatos reforçam suspeita da PF sobre reitor da UFSC”.

O último combate de Marco Aurélio

No dia 20 de julho passado, logo que teve notícia da morte de Marco Aurélio Garcia, uma das mais cultivadas e brilhantes inteligências do PT, o portal Vermelho homenageou-o publicando “Construir o amanhã”, sua intervenção no encontro das fundações Maurício Grabois (PCdoB), Perseu Abramo (PT) e Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (PDT), em São Paulo, na sexta-feira 14 de julho.

Os inimigos do povo sírio 

A Otan mentiu sobre a Iugoslávia, sobre o Iraque, sobre o Afeganistão, sobre a Líbia. É preciso oligofrênica credulidade (ou cinismo bem remunerado) para achar que está dizendo a verdade sobre a Síria, na qual o chefe supremo do banditismo imperial estadunidense despejou na noite de 6 de abril uma chuva de 58 mísseis. Obama era mais discreto e insidioso: drones, clones, pilones. O sucessor, com seu vulgar exibicionismo, logo apelou para o alarido letal do bombardeio.

Retrocesso civilizatório em São Paulo

As manipulações da operação policial-judiciária dita “Lava Jato”, obviamente dirigidas prioritariamente contra o PT, exerceram efeito desmobilizador sobre o eleitorado brasileiro. Não era exatamente o que Moro e consortes pretendiam: queriam quebrar a esquerda, oferecendo ao “senso comum” o cadáver moral dos principais dirigentes petistas.

Contra os patifes

“Sou feito para combater o crime, não para administrá-lo. Não chegou ainda o tempo em que os homens de bem podem servir impunemente a pátria; os defensores da liberdade continuarão sendo proscritos, enquanto a horda dos patifes for dominante”.

Não assassinarão Milosevic de novo

Em 31 de julho passado, o Tribunal Penal Internacional de Haia reconheceu, com quinze anos de atraso, a falsidade das acusações forjadas contra o presidente socialista sérvio Slobodan Milosevic pelos porta-vozes da máquina de guerra da OTAN, que tinha destruído seu país dois anos antes sob uma chuva de mísseis enviados pelo presidente “democrata” R. Clinton e seus comparsas da União Europeia.

Viva o quinto regimento! 

Dezoito de julho de 1936. Iniciado no dia anterior no Marrocos (que era um “protetorado" espanhol), pela sublevação do Exército colonial lá estacionado às ordens do general Francisco Franco, o levante militar fascista contra o governo de Frente Popular, minuciosamente planejado pela cúpula golpista, propagou-se por toda a Espanha. Mas com êxito muito desigual.

2002: um golpe que não deu certo

O golpe que afastou Dilma da presidência tem sido frequentemente comparado àqueles que depuseram dois outros governantes latino-americanos que defendiam interesses populares e projetos renovadores, Manuel Zelaya, presidente de Honduras (2009) e Fernando Lugo, presidente do Paraguai (2012). A comparação é claramente pertinente no que concerne aos empreiteiros do ato de força.

A fábrica de eufemismos do STF

Personagens nefastos podem proporcionar ensinamentos úteis. Gilmar Mendes, em particular, tem ajudado muito a abrir os olhos dos ingênuos que identificam a ideia filosófica de Justiça com a máquina do Judiciário.

Quem prejudica o Brasil?

A miséria intelectual e moral da grande maioria das “justificações” dos votos a favor do golpe parlamentar de 17 de abril já foi fartamente assinalada pelos observadores honestos da política, dentro e fora do Brasil.

Base de massas e tropas de choque do golpismo

Grandes combates políticos como os que hoje opõem os golpistas aos defensores da causa do povo sempre refletem as contradições fundamentais da sociedade. A passagem da burguesia liberal e de largas massas da pequena burguesia ao campo da contra revolução fascista em momentos de crise grave com forte ameaça a suas posições de classe constitui regra geral da ordem capitalista.

Lady malvadeza, baronesa da miséria dos pobres

No dia 17 de abril Sua Alteza Real e Imperial, Elisabeth, segunda desse nome, saiu do costumeiro banho de formol para acompanhar o enterro de Margaret Thatcher, a dama que ferrou a classe operária britânica para gáudio dos milionários e outros reacionários.

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