A esquerda bem informada
A esquerda bem informada

Paulo Tedesco

Escritor, consultor e professor de produção escrita editorial
Mágico, o nosso real

A ideia primeira desta nova crônica, face às turbulências políticas vividas pelos resultados das eleições de 2014 no Brasil, e que reverberaram desde então, era falar do realismo fantástico, ou Realismo Mágico, na literatura latino-americana e brasileira. Mas a notícia do relançamento, em nova roupagem editorial, das obras de JJ Veiga ou José J. Veiga desviou-me um pouco do curso.

Coragem de intelectual 

Por vivermos numa sociedade democrática, tomo a liberdade de iniciar essa nova crônica falando de um amigo escritor, o bom Gustavo Melo Czekster. Numa de duas entusiasmadas publicações em rede social, ele admitiu, ou melhor, expôs-se publicamente, pedindo desculpas à banca de seu Mestrado em Letras da UFRGS, lá no ano de 2002. 

Não basta abrir os olhos

Aprendi, com a boa literatura da melhor ficção, que a verdade e verossimilhança não são necessariamente compatíveis. Assim venho me guiando por esses tempos de propaladas crises econômicas e políticas. Vejamos, por exemplo, essas manifestações de caminhoneiros, que em nosso Estado ganharam força, elas são verossímeis mas lhes falta a verdade. Tudo delas nos parecem boatos, ninguém fala coisa com coisa, ninguém se arvora de algo real, verdadeiro.

Estardalhaço do livro

Mas, então, e o tal de livro digital? Iria ou não matar o livro em papel? Assunto que propiciou muita polêmica em rádio, jornal e TV, sendo alvo de extensas matérias na imprensa e muito bate-boca por aí. Do que é feito seu destino? O livro digital tomou conta? Aniquilou a leitura em papel impresso? Nessas horas é que me divirto, ao lembrar de Shakespeare e sua peça, "Muito Barulho por Nada", no que atualizo, nesse caso, para "Muito barulho para nem tanto".

A maior invenção do homem

Meu pai sempre dava jeito de se aproximar das inovações tecnológicas, o que ele gostava de comentar da importância de determinadas coisas da modernidade. Pois foi por obra sua que aprendi, ainda nos anos 1980, algo sobre programas de computador como os rudimentares Cobol e Basic. Mas que muito me serviram na compreensão do mundo do livro e da própria literatura, por mais estranho que possa parecer.

Velhos jovens

"Não sobreviveremos a nós mesmos", dizia o músico sul-africano Dave Matthews, em seu último disco, Away From The World, de 2011. E foi essa a verdade que caiu feito louça em ombros de concreto. De que adiantam tantos medos, tantas desmesuras? De que nos adianta esquecer de nossa finitude querendo coisas para sempre? É razoável que deixemos o carinho e a amizade, com quem esteve um dia a cuidar de família, casa, trabalho e tudo mais que a modernidade nos impõe, para depois?

Sobre as notícias

Pelo calor, fui levado à biblioteca e ao verso de Púchkin, fundador da moderna literatura russa, "Dom inútil, dom fortuito,/ por que a vida me foi dada?/ E o destino, com que intuito/ a condena a um: o nada?" Esse verso foi produto de quem não pôde, nunca, dizer que da sua vida havia esse nada, afinal o poeta viveu poucos e intensos 38 anos, falecendo em 1837 por ferimentos fruto de um duelo – algo comum na época -, motivado por ciúmes e intrigas.

Liberdade de verão

Um médico otorrinolaringologista esses tempos falava das alergias a que somos expostos desde que nascemos. 

Ao moinho

Da janela, o que vejo, é outro prédio, iluminado pelo sol. E um raio da memória novamente ataca. Vibro calado. Em cada nervo, em cada tendão ressurge um sentimento, e pergunto se a vida é assim, um antes e um depois e um mesmo, sempre. Sorrio.

A ciência do pênalti 

O pênalti é uma incógnita a céu aberto. Um quadro simples de complexa solução. Se pensarmos que um pênalti, aquela falta cometida dentro da área, que tem como punição um chute livre e direto contra um goleiro, numa distância favorável sobretudo ao chutador, um pênalti, nesse caso, consiste numa atitude quase covarde para quem defende tão ampla meta.

É Natal, e entrar numa livraria não é uma tarefa simples

Chega um tempo em que nos obrigamos a entrar numa livraria. E digo entrar numa livraria como adulto, na posse de algum dinheiro acompanhado do desejo em comprar um daqueles livros expostos. E os motivos que nos levaram a entrar, podem ser desde a curiosidade pelo colorido das capas como para fazer tempo enquanto esperamos a esposa no cabeleireiro, ou até a imperiosa busca de respostas para nossas constantes dúvidas.

Crônica fórmula de domingo

Aproxima-se o fim do ano, ano da copa do mundo de futebol realizada neste nosso país após 64 anos de copas em outros lugares que não aqui; ano também de curiosas temporadas de fórmulas automotivas nacionais e estrangeiras, mundial de voleibol e judô, entre tantos que se apresentam como preparos para nosso próximo grande desafio, chamado Olimpíadas do Rio, ali, em 2016.

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