A cerimônia do Globo de Ouro em Los Angeles foi palco para a iniciativa contra assédio sexual. Ficou tingida de preto a premiação, em protesto contra as agressões sexuais, com a senha #Metoo. O plano, chamado Time’s Up, (“o tempo acabou”), inclui um fundo de defesa legal, que até agora arrecadou US$ 13,4 milhões da sua meta de US$ 15 milhões, para proporcionar apoio legal subsidiado a mulheres e homens que foram sexualmente assediados, agredidos ou ainda abusados em seu local de trabalho.
O Brasil vive um momento verdadeiramente incrível. Como já disse Tom, não é para amadores. Acontecem coisas do arco da velha – e secretas, acreditem.
Demétrio Magnoli, em artigo* intitulado “Para onde vai a ´nova esquerda´?” busca refletir sobre os impasses do estado de bem estar social, tempo que, julgo eu, não retorna mais. Nessa rota ele afirma que “o nacionalismo é a trincheira da direita”, o que seria, para ele, “uma verdade óbvia.” Haveria hoje uma “nova esquerda” que cultua o Estado-nação, sendo a soberania nacional “a opção fundamentalista que interliga a direita a essa ´nova esquerda´ sem rumo.”
Um ano é tempo demasiadamente longo em meio à crise política-institucional para supor inalteradas as variáveis do quadro político brasileiro; até porque muitas delas são ingovernáveis, como as da crescente judicialização da política (que, aliás, poderá conhecer um grau inédito de intervenção do STF e TSE na campanha.)
Em cada Congresso, nós fundamentamos o trabalho político, ideológico e organizativo do Partido para um período determinado, singular. Os fundamentos gerais permanecem mas são reordenados os componentes de nossa ação política em todos os terrenos.
Com grande satisfação participei do debate promovido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, estado que considero altamente politizado, sobre o Papel do Estado no Desenvolvimento. Foi dia 9 de agosto e estive lado a lado com os amigos Márcio Pochmann, presidente da Fundação Maurício Grabois, e Roberto Requião, senador da República pelo Paraná.
Imprevisibilidade segue como o sobrenome da crise política e institucional em busca de saídas. Seu nome, neste momento, atende por crise aguda de governo. O governo Temer já vive fora das leis da gravidade. Diminuem seguidamente as probabilidades de que permaneça: ainda se esperam outras denúncias do Ministério Público, delações como a de Lúcio Funaro e Eduardo Cunha, quem sabe Loures.
O presidente Temer foi posto em xeque e, em poucos movimentos mais, sabe que virá o xeque mate. Temer ainda se segura, tem ciência de sua fragilidade, procura ainda chantagear com as reformas (e a "caneta" para garantir apoios) para que o consórcio do impeachment o mantenha no cargo, mas teme por sua liberdade, que vai tentar negociar.
As forças da esquerda política e social, do campo democrático e progressista tem a grande responsabilidade de se unirem em frente ampla para a resistência à agenda neoliberal do governo Temer-tucano e, nesse caminho, reorganizarem-se e reformularem plataformas para disputar novos rumos para o país – dar novas esperanças ao povo brasileiro.
Há personagens na história que escreverão sobre seus fracassos, e quando lhe faltarem fracassos cuidarão de fracassar mais e melhor. Entrarão na história como pigmeus de bulevares.
Sempre tenho afirmado que nenhum partido pode dar conta da grave crise do país hoje. A esquerda brasileira, as forças nacionais e populares, democráticas e progressistas precisam se unir em amplo arco em torno de um programa comum de salvação nacional, da democracia e dos direitos sociais do povo já alcançados.
O que está em desmanche não é apenas a Constituição de 1988, mas toda a modernidade brasileira aberta em 1930, aos trancos e barrancos sob o ponto de vista democrático – a Era Vargas.