O governo de Sebastián Piñera concede, sem licitação, a milionária provisão dos materiais para a reconstrução do Chile após o terremoto de fevereiro, a apenas três grandes empresas. A notícia foi recebida como um balde de água fria pelas pequenas e medias empresas de construção. As empresas beneficiadas são ligadas diretamente aos membros do seu gabinete de ministros e outros funcionários.
A coalizão Concertação e o Pacto Juntos Podemos, além de ex-correligionários do ex-candidato independente Marco Enríquez-Ominami, pretendem lançar as bases de uma nova oposição ao governo de Sebastián Piñera, de olho nas próximas eleições à presidência no Chile, em 2013.
Segundo a insuspeita revista Forbes, o novo presidente do CHile praticamente dobrou sua fortuna em um ano. Ela está estimada hoje em 2,2 bilhões de dólares. E o grande aumento desta fortuna, diz a Forbes, ocorreu principalmente em janeiro deste ano, mais precisamente durante a campanha eleitoral.
Por Paul Walder, em Punto Final
Pela primeira vez nas últimas duas décadas, um presidente de centro-direita assumirá o governo no Chile. Eleito com 51,8% dos votos, o empresário Sebastián Piñera (Alianza) toma posse nesta quinta (11). Ele substitui Michelle Bachelet, que deixa o Palácio de La Moneda com 84% de aprovação popular. O principal desafio de Piñera é reconstuir parte do país destruído por uma série de tremores de terra e tsunamis – o pior deles ocorreu no último dia 27.
A partir desta quinta-feira (11), o presidente do Partido Comunista do Chile, Guillermo Teillier, passa a ser deputado. E, junto com ele, também o serão seus correligionários Lautaro Carmona e Hugo Gutiérrez. É a primeira vez, desde o retorno da democracia, que os comunistas chegam ao Parlamento. Em entrevista ao jornal La Nación, Teillier afirmou que a prioridade será "a reconstrução do país" depois do terremoto e a defesa dos direitos trabalhistas. Confira abaixo.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, que entrega o cargo, nesta quinta (11), a Sebastián Piñera, chega com 84% de popularidade ao fim do mandato, no qual enfrentou uma crise financeira e um terremoto que arrasou duas regiões do país. Ontem mesmo ela foi à televisão para responder algumas críticas que recebeu após a catástrofe, mas que, pelo visto, não abalaram sua imagem. De acordo com a Agência Brasil, Bachelet deixou no ar a possibilidade de disputar as eleições em 2014.
O que significa Sebastián Piñera para o Chile? Neoliberalismo na economia, gerencialismo na administração pública, tentativa de esvaziamento da "Concertación", diplomacia orientada para o dólar e o euro e polarização de posições ideológicas.
Por Antonio Lassance*, em Carta Maior
O Chile deve demorar entre seis meses e um ano para recuperar sua capacidade produtiva, afetada pelo terremoto de 8,8 graus de magnitude e o tsunami que atingiram o país no último sábado. A previsão foi feita por analistas chilenos e por empresários de diferentes setores — com a ressalva de que alguns itens de produção, como o vinícola, poderiam demorar ainda mais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (1º) que antecipará a visita ao Chile porque a situação no país é mais grave do que imaginava. Lula disse ainda que o Brasil vai fazer o possível para ajudar o Chile após o devastador terremoto de sábado. Por hora o Brasil já enviou um hospital de campanha e quatro equipes do corpo de bombeiros de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal para ajudar nas buscas. Para o presidente brasileiro, o mais importante agora é salvar vidas.
Ao menos 160 pessoas foram detidas nesta madrugada, na cidade de Concepción (Bio-Bio), a mais afetada pelo terremoto que devastou o centro-sul do Chile, onde foi decretado um toque de recolher noturno. A medida é uma tentativa de evitar saques. O terremoto, no sábado (27), causou pelo menos 711 mortes e deixou 2 milhões de desabrigados.
O terremoto no Chile vai abalar as expectativas econômicas para o país este ano, marcado por mudança no governo e pela saída da nação de uma profunda recessão, segundo relatório do Goldman Sachs disponível no blog do The Wall Street Journal.