Bolsonaro e o nacionalismo às avessas: as manobras erráticas por detrás dos atritos com a França.
Perdidos na noite (Midnigth Cowboy, no título original) é um filme de 1969 do premiado diretor John Schlesinger. Joe Buck (Jon Voight) é um jovem texano bronco e inculto, que migra para Nova Iorque e sobrevive como garoto de programa associado a um fracassado e delinquente de nome Rizzo (Dustin Hoffmann) no submundo da noite da metrópole.
"Um diplomata não serve a um regime e sim ao seu país"
(Barão do Rio Branco)
A cientista política e especialista em relações internacionais, Ana Maria Prestes, analisa os acontecimentos que se sobressaem no cenário internacional. Nesta terça-feira (3), as notas destacam o resultado da viagem do filho de Jair Bolsonaro, Eduardo, pelos EUA, a confirmação da participação do presidente brasileiro na Assembleia Geral da ONU, no fim de setembro e ainda o reflexo da crise Argentina no Brasil.
Uma derrota no Senado, com a indicação do filho à embaixada brasileira nos Estados Unidos, representaria importante choque de realidade a Jair Bolsonaro, cujos seguidores menos radicais se mostram silenciosos ou até contrários à indicação, dado o nepotismo flagrante. Referendar a escolha é reforçar a imagem de uma república que o presidente teima em construir: de hambúrguer, bananas e laranjas.
Por Cristian Klein
A eventual designação do deputado federal Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil nos Estados Unidos seria “uma notícia extremamente chocante”, uma medida inédita em países ocidentais. A avaliação é de Rubens Ricupero, ex-ocupante do cargo durante dois anos, entre 1991 e 1993. O posto é um dos mais prestigiosos da diplomacia brasileira.
"Brasil deixou neutralidade e passou a fazer jogo de Israel, diz embaixador" – nesta entrevista a Talita Marchao, publicada nesta terça-feira (2) no portal UOL, o embaixador Marcos Azambuja, que foi secretário-geral do Itamaraty sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1990 e 1992, é taxativo: a visita de Jair Bolsonaro a Israel ocorre num momento inadequado.
Ministro das Relações Exteriores assume com pregação fundamentalista e submissa ao regime de Washington.
O embaixador Ernesto Araújo, próximo ministro de Relações Exteriores, disse nesta segunda-feira (10), que o governo do presidente de Jair Bolsonaro não vai se dissociar do Pacto Global de Migração. Segundo ele, a imigração deve ser tratada de acordo com "a realidade e a soberania de cada país". Para João Carlos Jarochinksi Silva, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima, não se sustenta e coloca o Brasil ao lado dos EUA, contrário ao pacto.
Pela primeira vez desde o Império a mais poderosa e organizada carreira burocrática do Estado brasileiro, a diplomacia, será chancelada por uma doutrina teocrática das Relações Exteriores.
Por André Calixtre, no Le Monde Diplomatique*
O governo eleito anunciou como futuro Ministro das Relações Exteriores o diplomata Ernesto Araújo. Com 51 anos e 29 de Itamaraty, ele nunca ocupou chefia de missões diplomáticas e fez campanha aberta para o então candidato Bolsonaro em seu blog, chamando o PT – Partido dos Trabalhadores – de “partido terrorista”.
Por Walter Sorrentino*
O Brasil – e a diplomacia brasileira – tem larga tradição de defesa da soberania nacional.
Por José Carlos Ruy*