Seis egípcios foram mortos e 11 ficaram feridos em diversos ataques de militantes na Península do Sinai, perto da fronteira com Israel e a Faixa de Gaza palestina, de acordo com informações médicas desta segunda-feira (22). As vítimas eram dois civis, dois oficiais do Exército e dois policiais, de acordo com a fonte, nos ataques realizados contra escritórios da polícia e postos de controle militar, nas principais cidades do norte da província, Rafah e El-Arish.
Um comitê jurídico com dez especialistas nomeados pelo presidente interino do Egito, Adly Mansour, iniciou neste domingo (21) os trabalhos para reformar a Constituição do país, suspensa no dia 3 de julho, quando as Forças Armadas destituíram o presidente Mohamed Mursi, após meses de protestos no país. Mansour, que era o presidente da Suprema Corte, foi nomeado pelo Exército para assumir interinamente o poder e prometeu eleições, em seis meses, após reformar a Constituição.
Quando em 2011 eclodiram as grandes manifestações no Egito, muitos foram os que se apressaram a rotular de “revolução” os acontecimentos. Para trás ficaram, escondidos dos holofotes midiáticos, anos de lutas do movimento sindical, dos agricultores, de muitos outros setores profissionais e de forças políticas progressistas.
Por Ângelo Alves, no Avante!
Milhares de partidários do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, inundaram as ruas de diversas cidades do país nesta sexta-feira (19), criando um clima de expectativa e tensão diante da possível erupção de atos violentos.
As torcidas organizadas, militantes e fortemente politizadas, que tiveram papel crucial na derrubada do presidente egípcio Hosni Mubarak, na oposição ao governo militar pós-Mubarak e no mês passado, nas manifestações de massa contra o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan são hoje a ausência mais eloquente nas dramáticas cenas no Cairo, na derrubada do presidente Mohammed Mursi e nos protestos que continuam, em menor escala, em Istambul.
Por James M. Dorsey*
A violência contida depois dos acontecimentos dos últimos dias pode estourar nesta segunda-feira (15) no Egito, pois partidários e rivais do deposto presidente Mohamed Mursi anunciam manifestações a favor e contra as autoridades provisórias, respectivamente.
A liderança palestina condenou, neste sábado (13), qualquer tentativa de “grupos terroristas” de violarem a soberania do Egito, especialmente no deserto do Sinai, onde o Exército egípcio tem combatido grupos armados com frequência. Na madrugada desta segunda-feira (15), ao menos três pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas em um ataque de militantes contra um ônibus na região, de acordo com fontes egípcias.
O ministro da Defesa e comandante das Forças Armadas do Egito, general Abdel Fatah Al Sisi, afirmou nesta segunda-feira (15) que os militares não têm ambições políticas, e que a divisão do país provocou a intervenção. Segundo ele, o governo de Mohamed Mursi foi deposto, no começo deste mês, porque o “povo pediu”.
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (15) a visita do subsecretário de Estado William Burns ao Egito, ainada sem pronunciar-se sobre a derrubada do presidente Mohamed Mursi por parte del exército desse país.
O recém designado vice-presidente egípcio Mohamed El Baradei e o chanceler iraniano, Alí Akbar Salehi, conversaram neste sábado (13) sobre a situação no país norte-africano, informaram meios oficiais persas. O anúncio segue um contato similar ontem em referência a uma conversa entre Akbar Salehi e seu par egípcio, Mohamed Kamel Amr, após uma visita de várias horas do primeiro à Turquia, durante a qual falou sobre a crise após a derrubada do presidente Mohamed Morsi.
A palavra começa com “g” de golpe [it. colpo, (NTs)] mas não pode ser dita em voz alta: eis como a posição da Casa Branca sobre o golpe de estado no Egito é descrita nos corredores de Washington. Condena a violência genérica, manifestando preocupação com o “vácuo de poder” e surpresa ante os eventos.
Por Manlio Dinucci, no Il Manifesto
O governo interino do Egito pediu a Israel a suspensão dos Acordos de Paz de Camp David, de 1978, para executar operações militares na península do Sinai, fronteira norte do país. Segundo o diário israelense Ma’ariv desta quinta-feira (11), o Exército egípcio pretende enviar tropas à região para neutralizar “ameaças terroristas”. Nesta sexta (12), Israel já permitiu o pouso de um helicóptero apache do Egito, que vinha de um sobrevoo pela Faixa de Gaza.
Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho