Após a declaração do governador Geraldo Alckmin nesta sexta-feira (4), de adiar o plano de reorganização escolar, os estudantes secundaristas comemoraram um passo avançado, mas afirmam que toda cautela é pouca. Em declaração ao Portal Vermelho, a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, indica quais serão os próximos passos do movimento contra o fechamento das escolas.
O governo Alckmin sofre sua primeira derrota da gestão. Em coletiva de imprensa que ocorreu na tarde desta sexta-feira (4), o governador tucano disse que irá adiar a implementação da reorganização escolar, mas não falou em cancelamento do plano. Alckmin afirmou que pretende travar o diálogo, o que não correu quando o plano foi noticiado pelo secretário e educação, Herman Voorwald, no mês de outubro e pegou pais, professores e estudantes de surpresa.
Após pesquisas divulgarem queda em sua popularidade, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu suspender todo o projeto de reorganização da rede de ensino estadual. Alckmin convocou entrevista coletiva às 13 horas no Palácio dos Bandeirantes, para anunciar oficialmente a decisão.
Em uma nota emitida nesta quinta-feira (3) na página do Facebook do Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do time de futebol Corinthians, os torcedores apoiam a luta dos estudantes que ocupam mais de 200 escolas, contra o plano privatista do governo Alckmin em fechar 92 colégios da rede estadual de ensino.
O nível de truculência da Polícia Militar de São Paulo a cada dia se supera mais. Manifestações que ocorreram na manhã desta quinta-feira (3) foram dispersadas com o uso da violência. No ato contra o fechamento das escolas que ocorria na Avenida São João, região central da capital paulista, policiais atearam fogo na moto de um trabalhador.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pode ajuizar uma ação judicial sobre o processo de reorganização escolar na rede paulista, que pretende fechar 92 escolas no estado e afetar 311 mil alunos. A movimentação de ocupação já atinge 213 escolas. Os estudantes criticam a falta de democracia estabelecida e o não diálogo do governador Alckmin com pais, alunos e professores.
O movimento de ocupação dos estudantes contra o plano do governo Alckmin de fechar 92 escolas vem ganhando cada vez mais repercussão e apoio popular. Artistas de renome da MPB como Paulo Miklos, do Titãs, Edgard Scanadurra, do Ira!, o rapper Criolo e a cantora Maria Gadú farão uma Virada Cultural neste fim de semana, em duas escolas ocupadas.
O movimento de ocupação nas unidades de ensino do estado de São Paulo vem ganhando cada vez mais adeptos. E os estudantes vêm demonstrando muito entusiasmo e criatividade, próprios da juventude. Um clipe sobre as ocupações foi divulgado na página da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) no Facebook e a TV Vermelho, em apoio ao movimento estudantil, compartilha esse vídeo.
O autoritarismo do governo tucano em São Paulo reprimiu e prendeu estudantes que participavam duma manifestação contra o fechamento de escolas estaduais. A presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, chegou a ser detida pela PM mas foi solta em seguida
O uso da violência policial tem sido alvo de denúncias por estudantes que participam do movimento de ocupação das escolas contra o plano do governo do estado de São Paulo, que fechará 92 unidades de ensino em todo o estado. Já são mais de 205 escolas que aderiram ao movimento de resistência ao plano tucano. Ao Portal Vermelho, estudantes de duas escolas ocupadas contam com exclusividade relatos de abuso de autoridade, violência e até sequestro.
Por Laís Gouveia
Os estudantes que ocupam 205 escolas contra o plano de reorganização proposto por Alckmin, que pretende fechar 92 colégios, estão sendo cada vez mais coagidos a se renderem, seja pela truculência da Polícia Militar, por grupos não identificados que entram nos colégios para furtar objetos e agora, com o decreto do governador tucano lançado nesta terça-feira (1º), no Diário Oficial de São Paulo, que autoriza a transferência de professores para a implementação do plano.
Por Laís Gouveia
Fechar escolas, milhares de salas de aula, reduzir dois bilhões das verbas para educação, formam um conjunto de ações que conflitam com o discurso apresentado na plataforma programática do Governo Geraldo Alckmin.
Por Antonio Mentor*