O líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Sayed Ali Khamenei, sublinhou que as conversações entre o Irã e o Grupo 5+1 sobre o programa nuclear persa revelaram a hostilidade dos Estados Unidos contra o país. Embora as autoridades iranianas envolvidas nas negociações demonstrem otimismo com a conquista de um acordo permanente e com a melhoria das suas relações com os membros do grupo, frequentes ameaças de expansão das sanções impostas contra o Irã dificultam o ambiente diplomático.
Irã e o Grupo 5+1 determinaram 20 de janeiro como a data para a aplicação do acordo nuclear alcançado no passado 24 de novembro, em Genebra, Suíça. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (1º/01) pelo chefe da equipe persa nas negociações, Hamid Baidinejad, ao afirmar que esta data foi ratificada pelos diretores políticos das duas partes.
Se o Irã se senta à mesa de diálogos, os países estrangeiros não devem crer que têm o caminho livre para apresentar as suas expectativas ilegítimas.
O vice-chanceler do Irã, Abbas Araqchi, afirmou nesta segunda-feira (23), que o acordo preliminar sobre o programa de energia nuclear iraniano entre seu país e o G5+1 (EUA, Reino Unido, França, China e Rusia, mais a Alemanha), apesar de firmado em Genebra, Suíça, ainda está pendente de aplicação.
O Irã e o Grupo 5+1 de membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha continuam as conversações, nesta sexta-feira (20), a nível de especialistas, sobre o programa nuclear persa. As negociações foram retomadas na quinta, em Genebra, Suíça, depois de uma suspensão momentânea causada pela aprovação de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA contra 19 empresas e indivíduos ligados ao programa do Irã.
O diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akhbar Salehi assegura que “as instalações nucleares persas, inclusive o reator [de água deuterada, ou “pesada”] de Arak seguem com força o seu trabalho”. Nesta quinta-feira (19), o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif reafirmou o compromisso do país com as negociações sobre o seu programa nuclear com os membros do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, ao mesmo tempo em que o Senado dos EUA propõe mais sanções contra o Irã.
O vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, Sayed Abbas Arachi informou, nesta terça-feira (17) que as conversações de especialistas sobre a implementação do Plano de Ação de Genebra deve ser reiniciado em breve. Araqchi deu declarações após uma reunião com a chefa da diplomacia europeia, Catherine Ashton, em Bruxelas.
Uma nova rodada de sanções dos Estados Unidos contra entidades do Irã e estrangeiras, aprovada pelo Departamento do Tesouro na quinta-feira (12), é responsável pela paralisação das negociações sobre o programa nuclear persa, de acordo com fontes diplomáticas, em declarações nesta sexta (13). Apesar do progresso e do comprometimento do Irã com as negociações, o departamento estadunidense sancionou 19 empresas e indivíduos persas, violando o acordo recentemente estabelecido.
As declarações anti-iranianas de algumas autoridades estadunidenses pretendem satisfazer o regime de Israel, afirmou o presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento iraniano, Alaedin Boruyerdi.
Alta representante das Relações Exteriores e da Política de Segurança da União Europeia, Catherine Ashton garantiu ao chanceler do Irã, Mohama Javad Zarif, seriedade no cumprimento das provisões do acordo que os diplomatas persas alcançaram com o Grupo 5+1 nas negociações sobre o programa nuclear iraniano. A informação é de meios oficiais persas, publicada nesta quinta-feira (5).
Embora a maior parte dos atores internacionais esteja ou envolvida ou otimista a respeito da condução das negociações entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Grupo 5+1 e a República Islâmica do Irã, grupos políticos conservadores e radicais dos Estados Unidos e o belicoso Israel continuam a emitir declarações agressivas. Entretanto, também se intensificam as opiniões, entre os próprios israelenses, que o acordo anunciado no domingo passado é positivo.
O acordo alcançado em Genebra entre o G5+1 com o Irã sobre o programa nuclear do país persa é para muitos o início de um novo período de bipolaridade no mundo, em que os Estados Unidos não poderão impor seus preceitos, como o fez até pouco tempo atrás, desde o desaparecimento da União Soviética.
Por Patricio Montesinos*, em Cubadebate