Reunidos nesta quarta-feira (2), no Palácio do Planalto, em Brasília, o governo e a Força Sindical recuaram em suas posições na busca de um acordo em torno do novo salário mínimo. Depois de negar que houvesse estudos no Planalto para corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acenou com um reajuste.
O deputado federal gaúcho Assis Melo participa da reunião das centrais sindicais com os ministros Carlos Lupi, do Trabalho, Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, e Guido Mantega, da Fazenda, para discutir a questão do salário mínimo. O encontro acontece nesta sexta (3/2), às 10h, no escritório da Presidência em São Paulo
O secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, vai conversar separadamente com cada uma das seis centrais sindicais antes da reunião geral marcada para sexta-feira (4), quando deverá ser fechado o acordo sobre o reajuste do salário mínimo. A conversa nesta quarta-feira foi com a Força Sindical e contou com a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
As centrais sindicais se reúnem novamente nesta semana com integrantes do governo federal para retomar as negociações sobre o aumento do salário mínimo. As centrais pedem aumento para R$ 580 e o governo quer manter o valor de R$ 545.
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O deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS) já tomou as primeiras medidas para reafirmar compromissos com as pautas dos trabalhadores. Assis assinou emenda modificativa individual à Medida Provisória (MP) do governo por salário de R$ 580,00, conforme defendem as centrais sindicais. A emenda tem por objetivo assegurar reajuste de 7,4% ao salário mínimo.
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, admitiu que a votação do salário mínimo de R$ 540 será o primeiro embate do governo da presidente Dilma Rousseff no Senado. Segundo ele, apesar de contar com uma base de sustentação em tese melhor que a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente terá que enfrentar temas que geralmente são muito polêmicos.
O ato solene de posse dos novos deputados, às 10 horas desta terça-feira (1o), foi rápido. A casa estava lotada com os 513 deputados e seus familiares que acompanharam a sessão nas galerias e por telões espalhados na Casa. O único discurso – curto – foi do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), que destacou o papel do legislativo como “esteio da democracia”. Em meio à multidão, os novos parlamentares falaram aos jornalistas sobre a expectativa de trabalho para a próxima legislatura.
O deputado federal do Rio Grande Sul, Assis Melo (PCdoB), conhecido pela sua luta histórica em defesa do direitos dos trabalhadores, assumiu o primeiro mandato nesta terça-feira (1º) determinado a articular com os líderes das bancadas de outros partidos negociações para aprovar salário mínimo de R$ 580, como pedem as centrais sindicais, reajuste para os aposentados e pensionistas e revisão da tabela de Imposto de Renda (IR).
A maioria das bancadas programou reuniões em Brasília nesta segunda-feira (31), véspera da posse dos novos parlamentares – 513 deputados e 54 senadores, que representam 2/3 do Senado – nesta terça-feira (1o). O novo líder do PCdoB, deputado Osmar Júnior (PI), que presidiu a reunião da bancada, anunciou que o Partido vai apresentar uma emenda à Medida Provisória (MP) do salário mínimo definindo o valor em R$580,00 como querem as centrais sindicais.
Nos últimos dias, por conta da disputa sobre valor do salário mínimo, a grande mídia tem investido em insuflar as críticas das centrais sindicais contra o governo Dilma. Porém, ainda que a pressão siga a cada dia mais intensa, o rompimento com o governo Dilma está longe de acontecer, como atesta Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), nesta declaração à TV Vermelho.
Início de governo, mobilização das centrais sindicais nas ruas, abertura de negociação. Entre juros e juras, o sindicalismo brasileiro coloca na mesa a sua pauta, reivindicada pela classe trabalhadora: manutenção da política de valorização do salário mínimo, reajuste da tabela do Imposto de Renda e aumento dos benefícios dos aposentados.
Por Quintino Severo
Os parlamentares que tomam posse no próximo dia 1o de fevereiro encontram as pautas de votação do Senado e da Câmara com muitas Medidas Provisórias (MPs) para serem analisadas. Dez medidas trancam a pauta da Câmara e uma tem prioridade de votação no Senado porque seus prazos de tramitação estão próximos de se esgotar.