Representantes do Comitê Contra o Genocídio da População Pobre, Negra e Periférica cobram do ministro da Justiça e do governador de São Paulo providências a respeito da atual onda de violência no estado de São Paulo.
A vereadora Eliana Gomes (PCdoB), em pronunciamento no pequeno expediente na manhã da última terça-feira, 13, repercutiu os fatos acorridos no último final de semana, no jogo do Fortaleza realizado no Estádio Presidente Vargas (PV) e pede que providências emergenciais sejam realizadas não só no PV, mas no seu entorno também.
A Polícia Civil de São Paulo investiga se os policiais militares presos sob a acusação de assassinar no sábado (10) o servente Paulo Batista do Nascimento, no Campo Limpo, zona sul da capital, mataram outro suspeito que também estava dominado. Testemunhas dão detalhes da morte do servente, que não foi gravada por cinegrafista amador. Será que o governo de São Paulo, enfim, acordou para a onda de execuções de civis no estado?
As cidades de Florianópolis e Blumenau, em Santa Catarina, sofreram dois ataques entre a tarde de segunda-feira (12) e a madrugada de ontem (13). Na capital catarinense, homens atearam fogo em dois ônibus. Um deles estava cheio de passageiros, que relataram à polícia momentos de terror. Não houve feridos. O governo do Estado alegou que os criminosos "imitam" os de São Paulo.
Em entrevista nesta segunda, 12, ao programa Bom Dia Brasil, da rede Globo, Rodrigo Pimentel, comentarista da área de segurança pública, diz que pacote de ações firmado entre governo federal e governo do Estado deve abranger um “controle rígido” da atuação da polícia de São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assinaram nesta segunda-feira (12) termo de cooperação para o combate à onda de violência que atinge o Estado. O plano é válido até dezembro de 2014 e prevê combate conjunto a crimes de organizações criminosas, relatórios de inteligência, planos de contenção nas fronteiras do Estado, além de ações de combate ao crack. O termo de cooperação não envolve repasses financeiros.
O Conselho Municipal da Juventude da Cidade de São Paulo aprovou na quinta-feira (8) documento em que repudia a política de segurança do governo do Estado. O texto, referendado pelas 34 entidades e organizações que compõem o conselho, destaca a ação sistemática de extermínio da juventude.
Falta identificar as forças beligerantes na guerra que se trava em São Paulo, com baixas diárias que se aproximam das registradas em conflitos internacionais. Aparentemente – e convém desconfiar das aparências – o confronto se dá entre os bandidos e a polícia.
Por Mauro Santayana, em seu blog
Em maio de 2006, o Primeiro Comando da Capital (PCC), associação delinquencial paulistana nascida nos presídios como a italiana Sacra Corona Unita, apavorou a população com ataques espetaculares. O medo tomou conta dos paulistanos, que se refugiaram nas suas residências.
Por Wálter Maierovitch, Carta Capital
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara realiza nesta próxima terça-feira (13) audiência pública para discutir a crise na segurança pública no País e, em especial, o aumento da violência em São Paulo. Apesar de ter índices decrescentes de homicídios há 11 anos, o estado assiste agora ao crescimento dos homicídios, sobretudo de policiais. Foram 90 policiais assassinados desde o início do ano.
Com um saldo de 31 pessoas mortas, a região metropolitana de São Paulo teve o fim de semana mais violento desde que se iniciou a onda de crimes, em outubro. As mortes foram registradas entre a noite de sexta (9) e o início da noite de domingo (11). Nos dois finais de semana anteriores, as mortes chegaram a 12 e a 20 – respectivamente.
Nos últimos 15 dias, 142 pessoas morreram na Grande São Paulo. Na guerra entre facções criminosas e a força policial, a média diária de assassinatos (quase dez) supera a verificada tanto neste ano quanto em 2011 – seis.