"Se, por um lado, a greve de 1917 representou o ápice do anarquismo no movimento operário brasileiro, por outro, mostrou todas as suas limitações, que em pouco tempo acabariam por reduzir e mesmo eliminar a sua influência".
Entre 1929 e 1934 ocorreu uma aplicação mecânica das resoluções da Internacional Comunista (IC). A nova política refletia um profundo desconhecimento das forças sociais em presença. Abandonou-se a proposta de aliança com a pequena burguesia urbana, através do movimento tenentista. Este passou a ser olhado com desconfiança e depois tratado como inimigo. Na falta de uma social-democracia nativa, o prestismo (ala esquerda do tenentismo) ocupou o seu lugar no esquema dos comunistas brasileiros.
Na década de 1920 o relacionamento dos comunistas com o tenentismo, especialmente com Luiz Carlos Prestes, foram marcadas pela instabilidade. Reflexo das alterações ocorridas no seio da 3ª Internacional. A relação que começou fria e desconfiada, logo se transformou em franca simpatia às ações armadas da jovem oficialidade. Ocorreram contatos e tentativas de acordos entre os comunistas e Prestes, que não vingaram.
Na primeira parte deste artigo buscamos demonstrar que a utilização dos conceitos golpe militar e ditadura militar têm uma longa tradição no seio da esquerda brasileira. Não foram criados para encobrir o caráter de classe daqueles acontecimentos e sim para captar suas especificidades.
Até a década de 1990 existia um amplo consenso na esquerda brasileira em relação ao caráter do golpe e do regime implantado em 1964. Poucos questionavam que havíamos tido um golpe militar e que este, por sua vez, implantara uma ditadura militar. Contudo, vem crescendo o número daqueles que se utilizam livremente de termos como 'golpe civil-militar' e 'ditadura civil-militar'.
O Instituto João Zinclar foi formado após uma reunião realizada no Dia do Fotógrafo, em 8 de janeiro de 2014, no Museu de Imagem e Som (MIS) de Campinas-SP. Na reunião que decidiu pela fundação da instituição em homenagem ao pai, Victoria Ferraro Lima e Silva comunicou a autorização da guarda do acervo ao MIS, onde o fotógrafo realizou exposições, oficinas e palestras voluntárias.
Nesta quarta-feira (15), completam-se 95 anos da morte de Rosa Luxemburgo, ocorrida de forma covarde durante conflitos de classe que se acirravam com a formação da República alemã, com forte atuação de setores revolucionários que se animavam com as vitórias do proletariado na Rússia.
“Certa vez, quando estávamos na China em pleno inverno, um fio de lascar, 39º abaixo de zero, olhávamos pela janela e tudo lá fora estava completamente branco, coberto de neve. Foi aí que vi Diógenes à beira da janela com lágrimas escorrendo pelo rosto. Como poucas vezes o vi chorar, perguntei: O que foi meu nego? Ai ele me disse: – Tereza, será que está chovendo no sertão?” Depoimento de Tereza da Costa Rego, companheira de Arruda.
“O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado!” Riobaldo, Grandes Sertões Veredas.
“Ei Brasil-africano!
Minha avó era negra haussá,
ela veio da África,
num navio negreiro.
Meu pai veio da Itália,
operário imigrante.
O Brasil é mestiço,
mistura de índio, de negro, de branco”
(De Canto para Atabaque – Carlos Marighella)
Durante a passagem dos 70 anos do início da 2ª Guerra Mundial, a grande imprensa buscou reconstruir a história do seu ponto de vista. A principal vítima do revisionismo liberal-burguês – e não poderia ser diferente – foi a União Soviética.
O ano de 1979 foi decisivo para afirmação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) como a força de esquerda marxista-leninista mais importante do país. Algumas decisões políticas, tomadas naquele período crítico da história brasileira, ajudaram a relançar o