Ao contrário da tese convencional que supõe a devastadora concorrência entre os indivíduos, e que ameaça a vida social, a visão materialista dialética reconhece a unidade fundamental dos fenômenos fisiológicos e psicológicos. Não há pensamento humano sem cérebro, e não há cérebro humano sem pensamento.
Não há desenvolvimento apenas individual. Ele resulta do contato, da convivência, com os demais, sendo a fala seu instrumento.
Embora Freud tenha sido influenciado pelas ideias de Gustave Le Bon, sua análise foi mais complexa. Ele partiu da tese, fundamental para ele, de que haveria um conflito opondo os indivíduos entre si e com a sociedade, mas admitiu que a vida humana (como a história) pode ser moldada pelo desenvolvimento deste conflito e levar a situações novas – historicamente novas. Essa visão do pai da psicanálise não é, porém, compartilhada pela imensa maioria dos ideólogos e escritores influenciados por ele.
“Um dos autores que inspirou Freud foi um escritor de grande sucesso em sua época: o francês Gustave Le Bon (1841-1931) que foi prolífico mas caiu no esquecimento devido às suas ideias extravagantes, que foram superadas como não científicas. Ele, que foi ideólogo do “racismo científico”, analisou a sociedade do ponto de vista médico e indicou o que considerou como patologias (doenças) sociais.”
“Freud parte da ideia de que há um conflito insolúvel entre o indivíduo e a sociedade, ideia central em sua compreensão da psicologia humana e também da história. “
“A acolhida da sociobiologia pela comunidade científica refletiu ideologicamente a hegemonia do pensamento conservador. Mas encontrou também forte resistência, sendo logo denunciada como reacionária e ligada ao darwinismo social. (Blanc: 1994).”
“O darwinismo social e o pensamento racista a ele associado caíram em descrédito após a derrota do nazismo na Segunda Grande Guerra e o declínio da defesa aberta da supremacia racial dos povos brancos. Entretanto esse descrédito do racismo não significou o abandono das teses de superioridade racial dos europeus.”
Já no título de seu livro clássico Darwin apresentou a tese de que haveria uma hierarquia racial entre os homens: […]
“Marx e Engels saudaram com entusiasmo a publicação de “Origens das espécies” como “o livro que contém a base para a nossa visão da história natural”, como Marx anotou em carta a Engels, em 19 de dezembro de 1860. Mas também foram críticos severos do conservadorismo de Darwin. “