O debate sobre as classes médias e seu papel cresceu no século 20. Marx, nas notas que deixou em Teorias da Mais Valia, havia indicado que o desenvolvimento o capitalismo levaria à diminuição do trabalho direto (e. assim, do número de operários) e ao aumento do número daqueles empregados no planejamento e administração da produção capitalista.
O proletariado não surge, como classe, pronto e acabado. Ele resulta de um longo processo histórico. Foram as condições econômicas que transformaram a massa da população de um país em trabalhadores, diz Marx em Miséria da Filosofia (1847). “A dominação do capital criou para esta massa uma situação comum, interesses comuns” e a transformou “numa classe face ao capital”. Uma classe em si, “mas não para si mesma”.
Um complicador na análise das classes sociais diz respeito ao caráter produtivo ou improdutivo do trabalho.
Faz parte da análise materialista dialética, marxista, das classes sociais a compreensão seus fundamentos sociais, objetivos. O caminho indicado por Marx e Engels procura-os na produção social, nas relações de cooperação e conflito que se dão em seu interior, relações que compreendem a produção da riqueza material, sua organização, e a distribuição de seus produtos e serviços.
A pesquisa e o debate entre os marxistas sobre as classes sociais foram marcados ao longo do século 20 por particularidades que condicionaram as teses defendidas e o próprio resultado da investigação.
Amigos, este texto foi publicado inicialmente em 2007 mas, em minha opinião, mantém a atualidade, sobretudo neste momento em que nosso partido passa por grandes mudanças, ao mesmo tempo em que o Brasil enfrenta desafios históricos de grandes proporções. Mesmo sendo longo, republico-o na esperança de contribuir para o debate em curso. Fiz pequenas mudanças, de estilo apenas, em relação ao texto original
*Por José Carlos Ruy e Walter Sorentino
Aparentemente a encíclica Laudato si’ (“Louvado sejas!”, com o subtítulo “Sobre o Cuidado da Casa Comum”), recém-divulgada pelo papa Francisco, trata da questão do meio ambiente. Mas seu tema é mais abrangente e contém uma veemente condenação do capitalismo financeiro dominante.
Bêbado, trôpego e com a barba por fazer, o poeta Charles Serking dirige-se a uma plateia de estudantes e enfatiza que o fundamental é ter estilo.
Poucos escritores brasileiros merecem, como Graciliano Ramos – cujo centenário foi comemorado em 27 de outubro de 1992 – a qualificação de clássico. Existem muitos, com obras de alto nível artístico que iluminam aspectos parciais dos sentimentos e modo de vida de nosso povo.
“Cem mil réis me bastavam… Todos por aí arranjam, e eu…,” diz Isaias Caminha ao figurão, o deputado Castro, a quem fora recomendado pelo chefe político de sua cidadezinha interiorana. Era a lei de Gerson (aquela que recomenda levar vantagem em tudo) em plena ação, pedaço da realidade fixado num romance escrito em 1909, Recordações do escrivão Isaias Caminha, de Lima Barreto.
O uso do cinema e outros poderosos meios de comunicação de massas por governos como o dos EUA poucas vezes foi comprovado de maneira direta.
A reação raivosa dos jornalões conservadores (entre eles Folha de Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo) contra a previsão orçamentária de aumento nas verbas do fundo partidário reflete os interesses da elite reacionária que pretende, custe o que custar, voltar ao Palácio do Planalto.