Em uma sistemática de trabalho onde as decisões não são acompanhadas de metas claras e indicadores de desempenho, na prática o controle e a prestação de contas acontecem de forma empírica e desalinhada. Às vezes dá certo, mas na maioria das vezes, há retrabalho e um ciclo inesgotável de debates em torno dos mesmos temas. Prevalece a percepção de que somos bons pra decidir e limitados para executar aquilo que foi decidido.
Apenas um quadro de metas claro e um conjunto de indicadores pode assegurar um sistema efetivo de monitoramento e avaliação. A simples proclamação de objetivos e mesmo de resultados esperados não passará de “desejos” se não houver um dimensionamento claro de um conjunto de metas acordadas coletivamente. O quadro de metas é a base do controle e da prestação de contas.
Em sua fase normativa, quando da definição do Mapa Estratégico e do Portfólio de Projetos, o planejamento expressa, sobretudo, um programa. Dito de outra forma, expressa a visão direcional do agente ou organização que planeja. Mas o planejamento deve propugnar pela viabilidade das ações formuladas e, neste caso, é preciso assegurar o foco do Plano Estratégico.
O Modelo de Gestão do Portfólio de Projetos representa um passo à frente na evolução e amadurecimento dos processos de proposição e gestão de portfólio de projetos. De forma explícita, o modelo constitui-se em um conjunto de atividades e ferramentas orientadas à escolha de um conjunto de projetos a serem executadas dentro de um determinado Plano Estratégico.
Definido o Mapa Estratégico da atuação do Partido (aquilo que queremos), é necessário partir para um segundo momento onde deverão ser identificadas as ações estratégicas que nos levarão aos resultados pretendidos.
Apresentados alguns elementos trazidos nos artigos anteriores, vamos procurar a partir desse texto percorrer os momentos metodológicos do processo de planejamento estratégico, sempre procurando um paralelo entre diferentes referenciais metodológicos e o desafio de elaborar um método próprio coerente e condizente com a realidade partidária.
Antes de tratar de método ou metodologias é precisa encarar de frente a visão que temos sobre o planejamento e a possibilidade de ação planejada. Debater porque um conceito pode ser, ao mesmo tempo, tão presente e tão distante das nossas práticas cotidianas.
Em série de artigos, vamos tratar de cada uma das dimensões do Sistema de Ação Planejada e dialogar sobre os referenciais teóricos que nos ajudam a compreender o planejamento e o monitoramento estratégico como ferramentas de trabalho a serviço da luta política e da estruturação partidária.