Há sete anos, no dia 19 de março de 2011, começava a guerra contra a Líbia, dirigida pelos Estados Unidos, primeiramente por meio do Comando Africano, depois da Otan sob comando estadunidense. Em sete meses foram efetuadas cerca de dez mil missões de ataque aéreo com dezenas de milhares de bombas e mísseis.
O discurso do presidente russo Putin sobre o estado da nação, dedicado a questões internas e internacionais, suscitou na Itália escasso interesse político-midiático e algum comentário irônico. No entanto, deveria ser escutado com extrema atenção.
Existe um partido que, mesmo sem aparecer, participa de fato nas eleições italianas: O Partido da Otan, formado por uma maioria transversal que apoia explicitamente ou consente tacitamente o pertencimento da Itália na Grande Aliança sob o comando dos Estados Unidos.
Os habitantes do bairro Centocelle, em Roma, protestam com razão pelo impacto da construção do Pentágono italiano sobre o sítio arqueológico e sua área verde , segundo noticia Il Manifesto em 29 de outubro. Há, porém, outro impacto, bem mais grave, que passa em silêncio: aquele sobre a Constituição italiana.
Um vasto arco de tensões e conflitos se estende da Ásia oriental à central, do Oriente Médio à Europa, da África à América Latina.
Os projetores político-midiáticos focados no que se passa no interior da Venezuela, deixam na sombra o que se passa em torno da Venezuela. Na geografia do Pentágono, isso entra na área do Comando Sul dos EUA (Southcom, na sigla em inglês), um dos seis “comandos combatentes unificados” nos quais os EUA dividem o mundo.
No ano fiscal de 2018 (que começa em 1° de outubro) a administração Trump aumentará em 40% a verba para a “Iniciativa de Segurança da Europa”, lançada pela administração Obama depois da “ilegal invasão russa da Ucrânia em 2014”. Quem anuncia é o general Curtis Scaparrotti, chefe do Comando Europeu dos Estados Unidos e, por direito, comandante supremo aliado na Europa.
Será um triunfo para o presidente Trump quando, no dia 6 de julho, chegar de visita a Varsóvia. A Polônia, assegura a Casa Branca, é “fiel aliado na Otan e um dos mais estreitos amigos da América”. Com efeito, é a ponta de lança da estratégia dos EUA e da Otan que arrastou a Europa a uma nova guerra fria contra a Rússia.
A Ucrânia, de fato já na Otan, quer agora entrar oficialmente na organização. O parlamento de Kíev, votou no dia 8 de junho por maioria (276 contra 25) uma emenda legislativa que torna prioritário esse objetivo.
Jornais e telejornais deram pouco destaque ao encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni. Mas foi um encontro muito mais que formal.
Um policial arromba a porta de uma casa com um um porrete, outro entra com a pistola apontada e criva de balas um homem que, ao despertar sobressaltado, agarra um taco de basebol, enquanto outros policiais apontam armas para um menino que já está com as mãos para o alto.
Realiza-se desde 12 de março, até o dia 24, em frente à costa mediterrânea da Sicília, o exercício naval da Otan denominado Dynamic Manta em que participam as marinhas militares dos Estados Unidos, Canadá, Itália, França, Espanha, Grécia e Turquia.