Por meio da medida, fica explícito que a excepcionalidade do momento da pandemia autoriza também a União a adotar um “regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender as necessidades dela decorrentes”.
“Se não aprovarmos a Reforma Trabalhista, as empresas quebram. Será o único modo de reduzir o desemprego”.
A cada dia que passa a crise do coronavírus se agrava em termos exponenciais. Bolsonaro e Paulo Guedes estão há várias semanas se recusando a encarar a gravidade da situação.
A obsessão do superministro da economia com a manutenção da opção austericida é algo que impressiona até mesmo setores que estavam com ele até anteontem, um pouco antes da eclosão da crise do coronavírus.
“Enquanto as coisas andam mais ou menos como previsto pelos grandes jogadores (o interessante é que, em inglês, o termo usado é mesmo “player”), o “game” segue em frente, com algumas perdas e muitos ganhos. Mas como se trata de uma falsa pirâmide da alegria, ao menor sobressalto inesperado, o sistema todo é colocado em xeque. “
Os grandes meios de comunicação praticamente não falam de outra coisa. Afinal, o quadro de risco grave na saúde pública mundial não pode ser desprezado de modo algum. Depois de o fenômeno do coronavírus ter ultrapassado os limites da cidade de Wuhan, na província chinesa de Hubei, o surgimento de novos casos se dá em ritmo geométrico e alcança praticamente todos os cantos do planeta.
Alguém que incorpora de forma doutrinária a defesa dos interesses do financismo internacional nunca poderia ser nosso (super) Ministro da Economia. E muito menos ainda em um momento onde a marca do quadro transcontinental é o do “salve-se quem puder”.
“A promessa mais recente do superministro foi feita há poucos dias na sede da outrora toda poderosa FIESP, em São Paulo. Como é amplamente sabido, o fenômeno da desindustrialização tem atingido de morte o parque manufatureiro nacional.”
Sob o título genérico e pomposo de Reforma Administrativa, Paulo Guedes tenta convencer seu chefe a encaminhar, ainda nessa semana, ao Congresso Nacional um conjunto de medidas para cumprir mais uma etapa em sua missão de promover a destruição do Estado e de finalizar o desmonte das políticas públicas.
Um dos aspectos mais dolorosos dessa verdadeira tirania exercida sobre o conjunto da sociedade em nome do capital parasita se evidencia na sistemática do chamado “superávit primário”.
A retomada dos trabalhos do Congresso Nacional na semana que vem deve recolocar na ordem do dia um conjunto amplo de escândalos e políticas criminosas levadas à cabo pelo governo do capitão. A lista de malfeitos é enorme, incluindo desde as imbecilidades patrocinadas pelo núcleo mais doutrinário da equipe de Bolsonaro até as propostas mais extremadas do entreguismo explícito, que parece tão caro a Paulo Guedes.
“As informações divulgadas pela Oxfam, por si só, já seriam suficientes para caracterizar o título desse artigo. Isso porque ao longo dos 50 anos de existência e atuação do chamado “fórum dos ricos” a situação da pobreza e da desigualdade não avançaram um milímetro sequer.”