A crise do sistema capitalista, que é traduzida em termos financeiros com estrondosas falências de bancos e denúncias de corrupção sem limites, tem despertado em todo o planeta a atenção para outras crises que estão no DNA do sistema:
Toda a gente tem direito de desabafar, eliminar as toxinas, esvaziar a pressão sobre o fígado e o cérebro, cuspir a indignação. E assim as pessoas vão conhecendo os que pensam o mesmo sobre o golpe criminoso que destroçou a estrutura institucional do Estado Brasileiro.
Aos poucos os covardes vão declarando inocência quando se exibiram como defensores da democracia nos governos PT: a dondoca Marta, o decorativo Temer e outros – estavam ali como jarrões, mas não tinham compromissos com o programa do Governo. Entendiam que "aliados" eram como "amiguinhos" na hora da festa.
O Brasil é um extenso e rico país com uma população de mais de duzentos milhões de habitantes herdeiros de DNA das mais variadas etnias que compõem a humanidade. Absurdamente tem um Estado Mínimo e é dirigido por uma oligarquia. Realmente a democracia passa ao largo. Mas é pior, tem um governo golpista que só não cai porque os dirigentes do sistema judicial não aplicam a Constituição e agem como coniventes e irresponsáveis contra as seguidas manifestações populares.
Mister Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda de Fora Temer, diz que "no Brasil há muito para ser privatizado", acrescentando que no mundo há muito dinheiro e que os Governadores dos Estados poderão também privatizar as suas empresas. Parece anunciar uma liquidação das riquezas que o povo brasileiro trabalhou para financiar o desenvolvimento da Nação independente. É daqueles que se puder colocar umas rodinhas na própria mãe anuncia a senhora como carro usado.
Os gritos contra as ditaduras multiplicam-se pelo mundo, o "terceiro mundo" que se escondeu atrás do termo "em desenvolvimento" para manter a esperança de acompanhar os países "mais organizados" que orientam o sistema capitalista no planeta. A globalização abriu portas de vai e vem, o que serve aos povos que aprenderam a lutar pelos seus direitos com as revoluções socialistas que ha 200 anos fazem escola mundial.
Apesar da história do subdesenvolvimento e da dependência econômica impostos pelo sistema de dominação política, dos vícios da elite permissiva e inconsequente que domina o Estado, da falta de ética ou de inteligência de uns quantos que, com seus diplomas comprados, chegaram ao poder, Lula abriu um caminho para que o povo pensante e trabalhador chegasse ao comando da nação através da razão e da cultura "pé-na-terra" que une a gente boa brasileira.
As teorias são ferramentas particulares de conhecimentos da realidade existente – fotografias minuciosas do passado e da transformação no presente. Devem ser despidas do "eu acho que…" traduzidas em "verdades absolutas" pela elite "dona da verdade". Uma ganga elitista anula a possível transmissão de uma imagem da realidade.
Está à vista uma ação combinada para pressionar mais fortemente os vários países que foram contaminados pela "doença política" do neo-liberalismo. Esta doença minou os Estados que defendem os interesses exclusivos do mercado capitalista, mais preocupados em aumentar os depósitos financeiros nos bancos de que investir na produção nacional e nos serviços sociais para atender as populações com bons serviços de saúde, ensino, previdência, transportes, habitação e emprego.
Bresser-Pereira, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e exemplo de dignidade cidadã, explica ao ser entrevistado em França (RFI 10/06/16): "de 1930 e 1980, que chamo de nação e desenvolvimento, é o momento da revolução capitalista brasileira, com a figura marcante de Getúlio Vargas.
Tenho respeito por todas as análises doutorais que explicam: a crise do sistema capitalista, os golpes que levam setores oligárquicos a ocuparem os governos em total desrespeito com a democracia, os desvios de imensas quantias financeiras que decorrem de negócios entre Estados e empresas para contas pessoais e aplicações em paraisos fiscais,