Nos próximos dias 20 e 21, a população paulista poderá levar ao Ministério Público do Estado (MP-SP) relatos, documentos, informações ou qualquer outro subsídio que possa auxiliar na instrução de dez inquéritos que investigam as causas, consequências e responsabilidades sobre a falta de água que atinge São Paulo desde o ano passado.
Na semana passada, o jornal espanhol El País publicou uma reportagem bombástica que até poderia ter sido produzida no Brasil – se a mídia nativa não fosse tão chapa-branca e tucana. Assinada pela jornalista Maria Martín, ela mostra que no momento mais dramático da falta de água em São Paulo houve uma explosão dos casos de diarreia no Estado mais rico da federação.
Por Altamiro Borges, em seu blog
A secretaria de saneamento Básico do Município de Mauá (Sama) diz que tem usado caminhões-pipas para garantir o abastecimento em alguns bairros da cidade que fica na região do ABC paulista. De acordo com a autarquia, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) reduziu o volume de água para o município dos 1,2 mil litros por segundo (l/s) fornecidos em 2014 para 965 l/s neste ano. Em 2013, os 450 mil habitantes da cidade eram abastecidos com 1,5 mil l/s.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) prepara um novo reajuste para este ano, o terceiro desde dezembro. Desta vez, a companhia quer repassar aos clientes os 7,5% da receita bruta obtida na cidade que é obrigada a depositar no Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura para execução de obras.
Organizações sociais irão mapear acesso e qualidade de água na cidade de São Paulo. A pesquisa que será iniciada neste mês é articulada pelo Coletivo de Luta pela Água, que pretende entregar dossiê sobre a crise hídrica ao Ministério Público de São Paulo e ao relator da ONU, Léo Heller.
As obras da Sabesp de transposição das bacias hidrográficas de Rio Grande e a mudança no curso da água estão aceleradas e devem ser entregues em setembro. Entretanto, existe o questionamento de que as ações começaram sem estudo e relatório de impacto ambiental.
Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (25), a presidenta Dilma Rousseff assinou com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) o financiamento do BNDES de R$ 830,5 milhões (R$747 milhões de financiamento do BNDES e R$ 83,5 milhões de contrapartida) para a obra da Sabesp de interligação das represas de Jaguari e Atibainha, em São Paulo.
Eleito por São Paulo, estado que mergulhou numa crise hídrica em função do colapso do sistema de abastecimento Cantareira, o senador José Serra (PSDB) tenta emplacar um programa especial que permite que empresas de saneamento como a Sabesp (SP) e a Copasa (MG) deixem de pagar impostos à União para transformar os recursos em investimentos no setor.
O DCM obteve as planilhas de investimento em publicidade da Sabesp nos anos de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 até o mês de abril. De acordo com os documentos, a empresa gastou R$ 44.462.117,03 no ano passado, quando Geraldo Alckmin foi reeleito no auge da crise da falta de água com pouca cobrança na imprensa. As operações fazem parte do plano de investimentos de uma companhia com valor de mercado estimado em R$ 15 bilhões.
Reunidos em assembleia na noite da última segunda-feira (08), os trabalhadores da Sabesp aprovaram a proposta amplamente discutida e ao longo do tempo melhorada pelos sindicatos e pelo Tribunal.
A conta de água será reajustada a partir desta quinta-feira (4) para os moradores de 359 dos 364 municípios abastecidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O aumento tarifário chega a 15,24%.
Reunidos em assembleia na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de SP (Sintaema), na noite da última segunda-feira (1º), os funcionários da Sabesp decidiram suspender a greve marcada para essa terça-feira (02) e aguardar a audiência de conciliação no TRT, nesta quarta-feira (3).