O hino tocou, mas em ritmo de bossa nova e pancadão. Autoridades estavam lá, mas ao lado de atores nus, que apresetariam espetáculo em homenagem a Eros. Ao invés de ocorrer nos salões de Brasília, o julgamento do pedido de anistia do ‘papa’ do teatro brasileiro, José Celso Martinez Corrêa, foi no Teatro Oficina, especificamente sobre a mesa que é cenário da peça que viria depois. Em sessão emocionada, o Estado brasileiro pediu perdão pelas violações que cometeu contra Zé Celso na ditadura.
Nelson Rodrigues, através de seus escritos, revelou a vida luxuriante da burguesia e sua classe média, ou, segundo Karl Marx, pequena burguesia. Desnudou para os brasileiros a vida existencial, hipócrita e amoral desta elite de forma tão realista que escandalizou a sociedade de sua época.
Por Ari de Oliveira Zenha, na Caros Amigos
A França tem Moliére. A Itália tem Goldoni. O Brasil felizmente tem Ariano Suassuna, umas das jóias raras da dramaturgia popular brasileira. Apesar de sua grande e principal inspiração ser o genuíno homem brasileiro, encontra-se na obra deste mestre a influência do universo das comédias francesas e do gênero italiano da comédia dell'arte. Todas estas são artes que souberam retratar com lente de aumento as principais características do comportamento humano.
Começou esta semana o período de inscrição para quem quer estudar a arte da dramaturgia na Oficina Permanente de Teatro Procópio Ferreira. A instituição vem formando, há mais de duas décadas, toda uma geração de atores e diretores de teatro que atuam e influenciam o cenário cultural da capital e do Estado. A inscrição é gratuita e pode ser feita no Theatro 4 de Setembro, que fica na Praça Pedro II, a partir das 10 horas.
Mais exuberante exemplar da arquitetura de ferro no Brasil, o Theatro José de Alencar comemora seu aniversário. Inaugurado dia 17 de junho de 1910, desde junho de 2009 comemora seu primeiro centenário.
O dramaturgo paranaense Mário Bortolotto, 47 anos, atingido por três tiros às 5h30 de sábado (5) no centro de São Paulo, permanecia internado na manhã de domingo, em estado grave mas estável. O autor de 27 montagens teatrais, e do blog Atire no dramaturgo (http://atirenodramaturgo.zip.net), foi atingido no coração ao reagir a um assalto.
O jogo de cena implícito nos pronunciamentos de políticos para plenários/plateias pouco dóceis é um dos eixos de discussão do ciclo "Teatro e Poder", que o grupo Parlapatões promove com periodicidade mensal em sua sede, em São Paulo, a partir de hoje. A programação prevê seis encontros com políticos no palco da companhia, na praça Roosevelt. O primeiro a participar é o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha e se filiou há pouco ao PCdoB.
A Prefeitura do Recife apresentou nesta quarta-feira (11), a programação do 12º Festival Recife do Teatro Nacional, que acontece de 19 a 30 de novembro. O evento, que tem como eixo temático “O Teatro e a Cidade”, vai promover apresentações de companhias da cena contemporânea de todo o Brasil em cinco teatros e palcos descentralizados.
A vida de um guerrilheiro em cores, movimentos e a céu aberto, para quem quiser ver. Essa é a tônica do espetáculo "O Amargo Santo da Purificação", que a Tribo de Atuadores "Ói Nóis Aqui Traveiz" apresentará no próximo sábado (07), em São Paulo. O espetáculo de rua integra as atividades que marcam os 40 anos da morte do militante Carlos Marighella e será apresentado às 13h, no estacionamento do Memorial da Resistência (Largo General Osório, nº 66, bairro da Luz).
Na próxima quinta-feira (5/10), Dia da Cultura, artistas, grupos e companhias dos principais coletivos de artes cênicas do estado do Rio de Janeiro, integrantes da Rede Estadual de Teatro de Rua, realizarão um ato público em prol da liberação dos espaços públicos (ruas, praças e jardins) para o livre exercício do ofício dos artistas/trabalhadores de rua. O ato será a partir das 17h, na Cinelândia, que fica no centro do Rio de Janeiro.
O teatro engajado do Bando de Teatro Olodum abre as apresentações artísticas do Festival Cara e Cultura Negra 2009, na próxima quarta-feira (4), no Teatro Nacional de Brasília. "Áfricas", espetáculo infanto-juvenil, aborda o universo mítico africano em uma tentativa de suprir a escassez de referênciais africanos no imaginário infantil, povoado de fábulas e personagens eurocêntricos.
Poucos dias antes de ser internado no Hospital Samaritano, no Rio, onde morreria em 2 de maio, Augusto Boal (1931-2009) entregou a última versão de A Estética do Oprimido (Garamond, 256 págs., R$ 45), publicação em que sistematizou os fundamentos de seu teatro e de sua visão de mundo. O dramaturgo, que tinha 78 anos e sofria de leucemia, vinha reunindo seus pensamentos desde o início da década, e os colaboradores volta e meia recebiam a "versão final" do livro.