A ideia do PSDB de buscar uma punição judicial para o sindicato dos professores oficiais de São Paulo (Apeoesp), por considerar que a greve da classe tem propósitos eleitorais, é uma mau começo de campanha para José Serra e os candidatos peessedebistas em geral, no estado.
Por Janio de Freitas, na Folha de S.Paulo
O funcionalismo público do estado de São Paulo demonstrou à grande mídia que não aceitará calado à campanha de criminalização dos movimentos sociais e de proteção ao presidenciável tucano, José Serra. Milhares de servidores protestaram, nesta quarta-feira (31), contra o viés autoritário e manipulador dos principais veículos de comunicação na cobertura de manifestações.
Na mesma tarde em que o governador José Serra anunciou sua renúncia ao governo paulista para concorrer à Presidência da República, professores da rede estadual de ensino mantiveram, por tempo indeterminado, uma greve emblemática da gestão do PSDB. Enquanto Serra falava nesta quarta-feira (31) num legado de transparência, respeito ao outro e eficiência, a assembleia com 60 mil docentes denunciava o desmonte da educação pública em São Paulo e a ojeriza tucana ao diálogo.
Isabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) recebeu nesta segunda-feira, logo cedo, uma ligação de um colega da subsede de Osasco: “Aquele rapaz que socorreu a policial é um professor daqui da cidade. Nós vamos encontrá-lo, para esclarecer tudo isso”.
Por Conceição Lemes, no blog Viomundo
Um calendário de mobilizações está sendo realizado durante a semana. A categoria reivindica 17,5% de reajuste, além da ampliação de benefícios. Frente às dificuldades de negociação, o Ministério Público foi acionado.
Nem mesmo a repressão e a censura imposta pelo governo Serra enfraqueceram a greve dos professores da rede paulista de ensino. Com 17 dias de movimento e quase 80% da categoria parada, a ordem é inverter a ordem: já que o governador José Serra (PSDB-SP) se recusam a receber os professores, são eles que agora vão atrás do tucano, onde quer que Serra esteja.
As táticas do governador José Serra (PSDB) para impedir que a Apeoesp (Sindicato dos Professores de São Paulo) siga mobilizando milhares de professores às ruas são de arrepiar os cabelos. Horas antes do protesto realizado dia 19, um professor registrou como a polícia rodoviária deteve, sem dar explicação alguma, os ônibus que vinham da região metropolitana para a capital. Mesmo assim, 60 mil protestaram. Dia 26 a Apeoesp promete levar 100 mil. O que Serra será capaz de fazer agora?
Os professores de São Paulo decidiram, nesta sexta-feira (19), pela continuidade da greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam aumento de 34% dos salários. Os estudantes engrossaram a manifestação de milhares nas ruas. O governador José Serra (PSDB) classificou o movimento de eleitoreiro e descreveu as sucessivas manifestações como um "trololó". Vídeo do Barão de Pirapora compara a postura intransigente de Serra com a de Paulo Maluf, nos tempos da ditadura militar.
Os professores vão reagir as dificuldades de implementação da lei do Piso Salarial Profissional Nacional nos estados e municípios com o Dia Nacional de Paralisação que acontece nesta terça-feira(16) em todo o País. Na última quarta-feira (10) aconteceu o Dia de Mobilização de Estados e Municípios, como preparação para a paralisação nacional, em defesa da implementação do Piso especialmente naqueles locais onde existem maiores conflitos com os governos e prefeituras.
Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo decidiram paralisar suas atividades a partir da próxima segunda-feira (8).
Mais de 150 professores da rede municipal compareceram, nesta segunda-feira (01/03), à Câmara Municipal de Salvador para pressionar pela votação do projeto de lei que cria o plano de saúde da categoria. Mas a mobilização dos professores, que estão parados há 20 dias, não contagiou a maioria dos vereadores, já que apenas onze, dos 41 que compõem a Casa, compareceram ao plenário. Com as ausências, a sessão não foi instaurada e o projeto não pode ser votado, o que gerou muitos protestos.
Mais velocidade no julgamento da ação judicial apresentada por governadores que questionam o piso nacional dos professores. É o que cobrou, em pronunciamento realizado esta quarta-feira, 10/2, o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE). Para o parlamentar, a categoria precisa de uma definição da Justiça sobre a garantia ao direito assegurado por lei, mas questionado, em alguns pontos, por representantes do Poder Executivo estadual.