Nada de Papai Noel, muito menos palhaços ou brinquedos infláveis. A atividade principal para animar os filhos dos funcionários foi o hip-hop e seus elementos. Isso mesmo. A festa de final de ano da empresa Tecnitubo de Caxias do Sul, foi a base de dança de rua, grafitagem, dj e mc's.
Ano sofrido de uma vida sofrida. Não são os leões que matamos todos os dias que me assustam, o pior é passar as noites convencendo o ibama que agimos por legítima defesa.
Salve leitores, minha vida tá uma correria loka que vocês nem imaginam. Ultimamente é muito trampo (Graças a Deus), desde que montamos o escritório do Portal Rap Nacional no centro da cidade onde moro, Itajaí/SC, tudo tem fluído muito bem e final de ano eu e minha esposa vamos passar trabalhando muito. A loja virtual está vendendo pra caramba, até pessoas de fora do Brasil tem comprado nossos produtos.
Salve, rapa… Então, agora estou formado. Habilitado em Comunicação Social-Relações Públicas, pela UCS – Universidade de Caxias do Sul – RS. Foram oito anos de correria, luta e disposição. Existe uma cena que jamais sairá da minha cabeça.
Era mais um dia de trabalho, escola pública. Ermelino Matarazzo zona leste da cidade de São Paulo, por volta das dez horas da manhã. Preparo-me psicologicamente para lecionar mais uma aula, a quarta do dia.
Fiz em 1998 com amigos o vídeo Raça Irracional, sobre o racismo. Numa das cenas aparecia o Wyclef Jean do grupo Fugges dizendo em tom de brincadeira:
Imagine um grupo de jovens atuante dentro de uma escola, tipo um grêmio! Esses jovens cuidam da rádio escolar e além da rádio desenvolvem outras atividades, eles oferecem aos alunos e aos integrantes mais novos, oficina de DJ, oficina de Locução, rádio, RPG, montagem e desmontagem de equipamento e também desenvolvem atividades na comunidade.
Eu estava a caminho de uma pizzaria em Santo André, onde aconteceria a atividade de lançamento municipal do livro Hip-Hop a Lápis – Literatura do Oprimido, a terceira nesta semana. Foi quando me encontrei com Aliado G, o rapper do grupo Face da Morte faz a apresentação do livro e participaria comigo, Beto Teoria e Célio Turino da atividade.
Nesse momento estou no estúdio RimaCruz em Votuporanga, fundão do estado de São Paulo (500 km da capital) terminando o disco Mudança, terceiro do Inquérito. O fato é que entre uma sessão e outra de mixagem estou dando uma lida no livro Hip-Hop a Lápis II – Literatura do Oprimido, presente que ganhei do parceiro Erlei o Aliado G, há alguns meses atrás.
Éramos um grupo de quatro mulheres que participavam da Nação Hip-Hop Brasil SC. Eu, Paula Aline, Big Danny, Monique todas mulheres de periferia que cantavam rap e ativas dentro do movimento e das suas comunidades. E em algumas trocas de idéias começamos perceber que mesmo sendo mulheres diferentes nossa realidade era a mesma, inclusive das nossas comunidades que não são próximas.
“Levanto de manhã, ponho a cara na janela, olho pra rua com os olhos cheios de remela…” (Doctor’s Mc’s)
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É assim que começa o meu dia, cedo pra ir trampar no CEFET, onde dou aula de artes num projeto para crianças especiais.