Inda que fosse insano, o juízo de Roni não daria conta de um cálculo tão ruim para a família. O pai, um velho de setenta anos, ainda com prumo nos pés; nos pés e nas mãos para cavar com a enxada o caminho de acesso ao casebre. Vizinha a um riacho de água corrente, a morada estava sempre cercada de mato selvagem. Nas chuvas, o reboco de cada um dos quatro lados, deixava escorrer o massapê rachado no verão. Ele o cobria com o barro escuro tirado dali mesmo, nos limites da água escura do riacho.
Há em curso uma intensa e sórdida campanha imperialista com vistas à anexação da Amazônia, uma verdadeira guerra assimétrica, cultural e ideológica contra o Brasil visando tornar hegemônica a ideia de que essa extraordinária região deve se tornar um condomínio internacional o que na verdade é outra mentira porque esconde os interesses inconfessáveis dos EUA.
Outro dia ouvi Carlos Heitor Cony comentar uma crônica de Machado de Assis a propósito de um acidente fatal com um bonde elétrico recém-implantado no Rio de Janeiro. Machado se queixava dos riscos do novo meio de transporte, sugerindo ser preferível o bonde puxado a cavalos, que pelo menos não ameaçava os usuários com eventuais choques elétricos. “A Humanidade avança às cegas”, arrematava Cony, afirmando que o progresso inevitavelmente vem com virtudes e defeitos.
O clima em Fortaleza, com a greve dos policiais e bombeiros militares, foi de pânico durante toda terça-feira (3): anúncios de arrastões em vários bairros e até no centro da cidade que teve o comércio praticamente fechado. Com essa greve todos saíram perdendo, notadamente a sociedade que se sentiu refém da bandidagem.
Folheio revistas antigas misturadas a jornais e livros amontoados num canto da sala. Deparo-me com uma página de amenidades onde se faz uma enquete com alguns personagens conhecidos chamados a apresentar dez desejos ou promessas que alimentam para o novo ano. Tem de tudo: mudança de temperamento, viagem à Índia, geração de um primeiro filho, realização profissional, aprender mandarim e que tais.
A revista Veja faz jus a oposição que recebe dos democratas brasileiros que a acusam de golpista, pois do ponto de vista político o semanário é abertamente pró-imperialista e não se acanha em lançar mão dos métodos mais abjetos para desestabilizar governos progressistas como o da presidente Dilma. Mas não se pode negar a qualidade de várias de suas matérias, em diversos temas.
A diretora italiana Cristina Comencini usa melodrama em história sobre mulher e homem, casados, que se apaixonam nos Alpes italianos.
Quando o alemão Johannes Gutenberg inventou a máquina de impressão, em torno de 1450, ele não tinha idéia do quanto seu invento iria modificar a Humanidade. Mas, de todo jeito, ele imaginava que tinha democratizado as comunicações. Doce ilusão.
No atual governo, o Brasil patina quando instado a referendar sua laicidade e a agenda republicana; e o faz às custas dos corpos das brasileiras, não fugindo à regra fundamentalista de santificar a maternidade e de satanizar as mulheres. Ai, meus sais!
Que o eventual leitor perdoe um latinório, mas a concisão do idioma dos antigos romanos permite fórmulas lapidares, ainda hoje fortemente carregadas de sentido (próprio e figurado). Boa parte delas é de origem jurídica, como a que inspirou o presente título: nemo auditur propriam turpitudinem allegans.
O direito é um fenômeno social, portanto não pode ser buscado longe da sociedade, longe das relações sociais. Dessa forma, ao tentarmos compreender o que é o fenômeno jurídico devemos buscar entendê-lo dentro de um processo histórico construído pela experiência humana.
O ano que encerrou foi, no fundamental, bom para os trabalhadores. O Brasil avança economicamente, mesmo diante da crise global do capitalismo. A política de salário mínimo registra um dos maiores vencimentos de toda a história.