Em cada Estado e em todo o Brasil desenvolvem-se as articulações para composição dos futuros governos e do governo federal. O peso dos partidos políticos – de suas votações, de seus candidatos eleitos e de suas bancadas – se afirma nas escolhas.
Quando falei semana passada no fortalecimento dos partidos políticos nas últimas eleições deduzindo disto a sua inclusão nas relações entre as centrais sindicais e a nova presidente houve quem comentasse que os partidos não se fortaleceram porque já eram fortes constitucionalmente.
Muitas e muitas coisas deverão ainda ser discutidas quando o assunto for as eleições deste ano no Brasil. Mas um aspecto de sua grandiosidade não suscita dúvidas: foram eleições disputadas, limpas, sem incidentes graves e sem contestações sobre os resultados. O nosso sistema eleitoral tem passado pelo teste das urnas, como se diz.
A reunião das seis centrais (e representantes dos aposentados) e do Dieese com o ministro Lupi na última terça-feira, dia 19, em Brasília, marcou um ponto decisivo na campanha unitária do movimento sindical pela consolidação da política de recuperação do salário mínimo e dos valores das aposentadorias.
A grande imprensa brasileira comeu bola na premiação, pelo Banco Central da Suécia, dos três professores que ganharam o “Prêmio Nobel” de economia. As manchetes deveriam ter sido: “Ganhadores do Nobel são contra o Bolsa-Família” e “Prêmio Nobel vai para economistas que são contra o seguro-desemprego”.
Sou dos muitos que acreditaram que a eleição presidencial se resolveria em primeiro turno como aconteceu com a esmagadora maioria das eleições para governadores (somente 14% do eleitorado ainda tem que ir às urnas para escolher o governador em oito estados e no Distrito Federal).
Napoleão e Goethe se encontraram no auge de suas famas respectivas e conversaram sobre o destino. Napoleão resumiu: hoje, o destino é a política!
Duas coisas estão acontecendo e se influem mutuamente. A primeira delas é a aceleração do crescimento econômico, com resultados crescentes do PIB, do emprego, da produtividade e da rentabilidade das empresas, sem aumento da inflação. A outra é o avanço da percepção, pelos trabalhadores, destas condições favoráveis da economia e do empenho sindical em fazer que os salários também subam.
Em abril de 2010 em artigo no Linha Direta em Revista, do Sintetel-SP escrevi que a redução da jornada, sem redução do salário “como se coloca para nós, tem um caráter pró-cíclico evidente na fase de desenvolvimento da economia brasileira”.
O movimento sindical deve se preocupar, desde já, em adequar suas ações ao quadro novo criado na realidade brasileira pela vitória eleitoral da candidata Dilma no primeiro turno.