Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo e que recentemente assumiu a Secretaria Municipal de Educação, milita nas fileiras do PCdoB desde 1978, um ano antes de se formar em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós. De família de classe média, encontrou a política logo que ingressou no curso superior.
Os que defendem a proposta de eleições presidenciais antecipadas ou mesmo aqueles que sugerem a realização de um plebiscito a respeito, estão afirmando essencialmente o seguinte:
A presidente Dilma Rousseff, que se mantém em luta contra o golpe que a afastou da Presidência, merece todo o apoio das forças democráticas brasileiras.
Ouço de alguns, nesses dias tormentosos, que tudo está perdido, que as cartas estão marcadas no Senado e já se deve contar, inapelavelmente, com a consumação do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Seja qual for o cenário decorrente da admissibilidade, pelo Senado Federal, do pedido de impeachment, o protagonismo da presidente Dilma Rousseff será crucial.
No último dia 22, a presidente Dilma Rousseff discursou na ONU, diante de mais de 100 chefes de Estado, na cerimônia de assinatura do acordo global sobre o clima.
“Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor”.
“Luís Inácio”, de Herbert Vianna
O expediente do “impeachment” contra a presidente Dilma Rousseff “é pura e simplesmente o biombo que escamoteia o verdadeiro golpe, cujo objetivo declarado é a construção de um governo necessariamente repressivo porque essencialmente reacionário, antipovo e antinacional”, escreveu Roberto Amaral em seu artigo “O assalto à soberania popular”, veiculado pela revista Carta Capital.
Eleito, semanas atrás, líder da bancada do PCdoB na Câmara Federal, o deputado Daniel Almeida costuma olhar para trás e dizer: “Quando deixei Mairi, no interior da Bahia, para estudar em Salvador, não sabia que me tornaria líder sindicalista, vereador e deputado. Mas sabia que não estava fadado a me acomodar”.
Vamos direto ao ponto: qualquer acordo – ou pacto – de que venha participar a esquerda e os setores democráticos e progressistas, com o objetivo de superar a atual crise politica brasileira, e que inclua a não candidatura do ex-presidente Lula em 2018, não passará da mais vergonhosa capitulação.
Contrariando a praxe de seu habitual comedimento, a presidente Dilma Rousseff pronunciou um duro discurso durante a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil, no último dia 17, em Brasília. A posse que está sendo objeto de contestações junto ao Supremo Tribunal Federal, mas o que nos importa aqui são as palavras da presidente.
As manifestações do último domingo apenas confirmaram o caráter nitidamente classista – de classe média, média para alta – desse movimento de oposição que se avolumou depois que a direita perdeu as eleições de outubro de 2014 e não se conformou com isso.